O título de campeã do Grupo A conquistado pela escola de samba Paraíso do Tuiuti, que garante acesso à elite do carnaval do Rio, fez explodir em alegria, na noite desta quarta-feira (10), a comunidade do Morro do Tuiuti, na zona norte do Rio. Vizinhos da Mangueira, campeã do Grupo Especial este ano, assim que souberam da vitória, os moradores do Tuiuti começaram a subir as íngremes ladeiras até o alto do morro, onde ocorreu a festa da vitória.
Foram 16 anos de espera pelo título e uma vitória que teve uma diferença de sete décimos para a segunda colocada, a Unidos de Padre Miguel.
“O sentimento é de alegria, de ver nossa comunidade em festa. A responsabilidade dobrou, por agora desfilarmos no Grupo Especial. Mas a Paraíso do Tuiuti terá que ser ainda melhor do que foi neste ano, para que a gente possa permanecer lá. A comunidade sempre tratou a nossa escola com todo o carinho possível, mas o trabalho daqui para frente é árduo”, disse Renato Thor, integrante da direção da escola.
Para o presidente da escola, Jorge Honorato, a conquista significa muito. “Qual a comunidade que não fica contente com sua agremiação sendo campeã? Hoje só estamos comemorando. Depois, vamos traçar planos para 2017. Este título não foi surpresa, porque o trabalho foi feito com este objetivo”.
Mais cedo, o presidente da Liga das Escolas de Samba do Rio de Janeiro (Lierj), Déo Pessoa, lamentou o esquema de ascensão das escolas da Série A para o Grupo Especial. Na avaliação dele, não deveria ter apenas uma vaga. “Se nós tivéssemos duas ou três escolas subindo ao Especial, a gente teria as que estavam bem cotadas pelo ranking do que foi apresentado aqui no sábado, mas infelizmente é só uma e vai ter sempre as demais reclamando a perda do resultado”, contou.
Este ano houve reclamações do resultado da apuração da Série A por parte de diversas escolas, como a Unidos do Viradouro e a Acadêmicos do Cubango. Pessoa disse que já levou a reivindicação à Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa), responsável pelo Grupo Especial, mas ponderou que para isso ocorrer é preciso que as escolas da Série A estejam melhor estruturadas.