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Jornal francês cita Acre como um dos Estados mais “miseráveis” do Brasil em reportagem especial

Por Ton Lindoso, da COntilNet

Jornal Le Monde cita Acre como um dos estados com maior desigualdade social/Foto: Secom

Jornal Le Monde cita Acre como um dos estados com maior desigualdade social/Foto: Secom

O jornal francês Le Monde cita o Acre em uma reportagem polêmica. O título, traduzido livremente pelo site UOL como “Os miseráveis do Brasil”, já repercute nos principais jornais do país e traz duras críticas ao sistema político e econômico do país.

A reportagem, veiculada na quarta-feira (3) e traduzida no mesmo dia por veículos de comunicação do Brasil, traz histórias ambientadas sobretudo na região Sudeste do país. O material traz expressões como “o temor de um retrocesso”, fala sobre o tão comentado ICMS, que teve alíquota elevada no começo do ano, e fala sobre a Reforma Agrária que, de acordo com especialistas que falaram ao jornal, nunca aconteceu.

“Após a abolição da escravatura em 1888, o Brasil não teve uma verdadeira reforma agrária, e assim foram perpetuadas as desigualdades de renda que também são desigualdades de gênero e de raça”, comenta André Calixtre, diretor de estudos no Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) em Brasília.

Mas uma das partes mais polêmicas da reportagem estava reservada ao Acre. A publicação cita o estado como o mais pobre do país na seção do material onde termos como recessão, inflação, desemprego e retrocesso são amplamente usados.

“Hoje, a recessão, a inflação de dois dígitos e o aumento do desemprego trazem os temores de um retrocesso. Em 2015, o país perdeu 1,5 milhão de empregos e a economia informal vem crescendo. Só que ‘o melhor programa social é o emprego’, acredita Heloísa Oliveira, da fundação Abrinq, que visa proteger as crianças e os adolescentes. ‘A crise pode agravar a vulnerabilidade dos mais jovens’, ela diz preocupada, lembrando que em 2010 19% das mães brasileiras tinham menos de 19 anos e que, no Nordeste, mais de um terço da população tem entre 0 e 18 anos e vive em favelas”.

“Em certos Estados como o Acre, na Amazônia, o mais pobre do país, o coeficiente Gini, que mede as desigualdades, voltou a se agravar em 2015. Oliveira lamenta que não se tenha colocado mais ênfase na educação, pensando no futuro”, diz outro trecho da reportagem.

O Coeficiente de Gini, de acordo com definições da web, é um calculo usado para medir a desigualdade social. Foi desenvolvida pelo estatístico italiano Corrado Gini, e publicada no documento “Variabilità e mutabilità” (“Variabilidade e mutabilidade” em italiano), em 1912.

LEIA A REPORTAGEM COMPLETA TRADUZIDA PELO SITE UOL

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