No mesmo período, a China consolidou o seu papel no plano internacional, com iniciativas como o Banco Asiático de Investimento em Infraestruturas (Baii) ou a nova Rota da Seda, informou a Chinese Human Rights Defenders (Chrd), num relatório divulgado hoje.
A organização indica que as autoridades chinesas detiveram 22 ativistas dos direitos humanos no ano passado por “crimes políticos”, acusados de promover a subversão contra o governo, um número igual à soma dos três anos anteriores (quatro em 2014, dez em 2013 e oito em 2012).
Em janeiro passado, a Chrd confirmou 11 casos de detenção de cidadãos por “subversão”. O número diz respeito unicamente aos acusados de crimes “políticos”, enquanto a cifra total de detenção de ativistas de direitos humanos atingiu mais de 700 no ano passado, incluindo aqueles que passaram, no mínimo, cinco dias sob custódia.
Sob o mandato de Xi, a repressão estendeu-se a grupos que anteriormente contavam com a aprovação do governo, como feministas ou trabalhadores de Organizações Não Governamentais que defendem os grupos mais frágeis da sociedade, indica o relatório. O documento acrescenta que, no ano passado, houve um “ataque sem precedentes” contra advogados que trabalham em casos sensíveis.
Só em julho, uma campanha resultou na detenção para interrogatório ou “desaparecimento” de mais de 300 advogados, entre os quais mais de 20 continuam nas mãos das autoridades, alguns acusados de subversão, o que na China pode resultar em penas atéde prisão perpétua.
O atual governo recorreu a uma nova legislação para justificar a redução de liberdades, como a lei de Segurança Nacional ou a emenda da Lei Criminal, diz a Chrd.
Um dos casos de mais repercussão envolveu a condenação a três anos de prisão de Pu Zhiqiang, ativista e defensor dos direitos humanos, por “incitação ao ódio étnico” e “provocação de distúrbios” por comentários que publicou numa rede social.