A Cooperativa de Trabalho Autônomo em Serviços Gerais (Coopserge) faz jus ao jargão de que “cooperativas se mantêm fortes em tempos de crise”. Completando 16 anos, a cooperativa mostra cada vez mais que é importante na vida dos milhares de associados e que, mesmo em meio a crise econômica e política instaurada, consegue honrar com seus compromissos e colocar comida na mesa de quem precisa.
Com sede em Rio Branco, a cooperativa atua em todas as regiões do Estado. Foi fundada em 2 de março de 2000. Hoje, a cooperativa presta serviço para instituições públicas e privadas e ajuda, direta e indiretamente, cerca de 8 mil pessoas.
Lutas, disputas judiciais e problemas com questões externas as atividades da cooperativa tem feito parte das lutas dos seus associados. Mas, para a diretoria da instituição, isso tem cada vez mais fortalecido a cooperativa que, desde 2000, é um “lugar de pessoas felizes”.
Para o diretor executivo da Coopserge, José Roberto Araújo, a data é de comemorar as conquistas e vitórias alçadas pelos associados. “Ao longo desses anos a Coopserge vem atingindo sua maturidade. Hoje, tem se tornado referencia do cooperativismo acreano e uma das maiores cooperativas de serviço do Acre. Por isso que se tornou alvo de denúncias infundadas; mas nós trabalhamos dentro do que diz a Lei, aqui o cooperado é respeitado”, já declarou em outras ocasiões.
Força de vontade, garra e determinação são as várias das marcas dos associados da cooperativa. Um desses exemplos é a atual presidente, Ozanira Rodrigues, que entrou na cooperativa como zeladora e hoje gere a maior cooperativa de trabalho do estado.
A gestão de Ozanira tem sido marcada por grandes momentos. O ponto chave da gestão da ex zeladora foi, sem duvidas, seu discurso na Câmara Federal, onde a cooperativa esteve em peso para garantir o emprego dos seus milhares de associados.
Na data de aniversário da cooperativa, seus associados lembram desses e de outros atos, que enobrecem ainda mais a história da cooperativa. “No Acre, estamos passando por problemas. Estamos funcionando através de liminar. Eu acho que somos donos de si. Se nos organizamos em cooperativas, se escolhemos isso pras novas vidas, se não desrespeitamos, se usamos o cooperativismo de forma séria, podemos mudar a vida das pessoas e sou testemunha disso”, discursou Ozanira na ocasião.
Ozanira teme, sobretudo, que a cooperativa deixe de funcionar e deixe essas pessoas sem emprego. “Estamos correndo risco de deixar mais de 2 mil pessoas sem emprego! Não sabemos como vai ser o nosso natal, como será 2016,como será o futuro dos nossos filhos. Se não pudermos trabalhar com Estado e prefeituras, trabalharemos com quem?”, disse ela na ocasião.
As cooperativas de trabalho, em outros lugares do país, não enfrentam problemas como os da Coopserge e são incentivadas pelo governo. No Acre, a situação não é bem assim, afirma Ozanira. “Se a Coopserge fechar, como vão viver esses trabalhadores? Viveremos a mercê de Bolsa Família ou Bolsa não sei lá o que? Porque nossas leis não são respeitadas, já que elas nos garantem isso? Rasgaremos nossa constituição? Digam-nos o que pode e o que não pode que consertamos. Mas o que não pode é faltar com o respeito”.
Ozanira foi ovacionada na Câmara Federal, que contava com a presença de parlamentares e executivos do cooperativismo. É nesse espírito que a Coopserge completa 16 anos: sendo aplaudida de pé, não só por parlamentares e admiradores, mas por pessoas humildes que veem na cooperativa a esperança de um futuro melhor e a certeza de fonte de renda.