Índios da etnia Jaminawa ocuparam ontem (15) a sede da Fundação Nacional do índio (Funai), em Sena Madureira, para reivindicar a imediata demarcação de suas terras. Apoiados por outros povos, os Jaminawa responsabilizam o governo federal pelo assentamento de posseiros na terra indígena da aldeia Kaiapuka, no Alto Purus, que foram cortadas pelo programa Terra Legal, de responsabilidade do Instituto de Colonização e Reforma Agrária (Incra).
“Em Pleno Carnaval de 2015, enquanto milhões de brasileiro se divertiam, os Jaminawa tiveram suas terras loteadas pelo programa Terra Legal. Era carnaval. A quem recorrer? Logo após, teve uma reunião entre membros da comunidade e o responsável pelo programa no Acre, Branã Muniz, que se prontificou em retirar os marcos, o que até agora não aconteceu”, relatou o líder indígena, Batista Jaminuwa.
Em janeiro deste ano, os Jaminawa procuraram a sede da Funai, em Rio Branco, para denunciar os conflitos instalados na região. Retirada de madeira, pesca predatória e as retiradas dos restos dos marcos figuravam como os principais problemas.
De acordo com os líderes indígenas, uma reunião ficou marcada para 15 e 16 de março, em Sena Madureira, porém o Terra Legal, o Ministério público Federal (MPF) e a Funai da região do Alto Purus não compareceram, o que teria motivado a ocupação. “Estamos cansados e indignados de esperar e resolvemos ocupar. Estão titularizando as nossas terras”, denuncia Batista Jaminawa, para quem qualquer conflito que acontecer é de “inteira responsabilidade do governo federal”.
A reportagem tentou fazer contato com o responsável do programa Terra Legal e Incra, mas até a publicação deste matéria ainda não tínhamos conseguido.