Recusa familiar para doar órgãos de parentes com morte encefálica chega a 76% no Acre

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Transplantes começam a ser feitos no Acre

Atualmente, mais de 50 pessoas estão aguardando por um transplante de órgão no estado do Acre, de acordo com levantamento da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO). Do total de pacientes na fila de espera, 26 necessitam da doação de um rim, enquanto cinco esperam por um fígado e 21 por um transplante de córneas. Durante o ano passado, 61 pessoas foram notificadas como potenciais doadores de órgãos no estado acreano, mas a alta taxa de recusa familiar – acima de 70% – é motivo de preocupação.

De acordo com o médico Leonardo Borges de Barros e Silva, coordenador da Organização de Procura de Órgãos do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), os motivos para a recusa são diversos: desde crenças religiosas que impedem a realização da doação até o desconhecimento e não aceitação da morte encefálica, o que faz muitos familiares acreditarem que a condição do ente querido com o corpo quente e o coração batendo seja um indicativo de que ele sobreviverá.

“Entretanto, o diagnóstico de morte encefálica – conhecida também como morte cerebral – é irreversível, ou seja, o paciente perde todas as funções que mantêm a sua vida, como a consciência e capacidade de respirar. O coração permanece batendo e os demais órgãos funcionando. Com exceção das córneas, pele, ossos, vasos e valvas do coração, é somente nessa situação que os órgãos podem ser utilizados para transplante”, observa o especialista.

Segundo a coordenadora da Central de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos (CNCDO) no Acre, Regiane Clélia Ferrari, os principais obstáculos para a viabilização de órgãos para transplantes decorrem da dificuldade para realizar o diagnóstico de morte encefálica e manutenção clínica inadequada dos doadores falecidos. “Queremos aumentar o número de cursos sobre doação de órgãos para profissionais de saúde e intensificar visitas aos hospitais, para a identificação de possíveis doadores”, finaliza.

Gesto de herói

Com objetivo de conscientizar a população sobre a importância da doação de órgãos e, principalmente, colocar esse tema em pauta nas discussões familiares para reduzir a taxa de recusa, o Ministério da Saúde, em parceria com a Fundação Faculdade de Medicina da USP, realiza o Projeto “Gesto de Herói – o poder de doar vida”.

A exposição itinerante acontecerá em dez estados nas regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste do Brasil, onde a taxa de recusa familiar é maior. Começando pelo Acre, a partir do dia 8 de abril, o estande do Projeto ficará disponível por dez dias no Via Verde Shopping, na cidade de Rio Branco, para que a população possa esclarecer as principais dúvidas relacionadas à doação e transplante de órgãos.

Além da exibição de depoimentos reais de familiares de doadores falecidos e transplantados, os visitantes contarão com painéis explicativos sobre o processo e, ainda, a presença de especialistas nessa temática para responder perguntas. Com entrada gratuita, o Projeto “Gesto de Herói – o poder de doar vida” percorrerá ainda os estados do Amazonas, Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraíba, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe. (Assessoria)

SERVIÇO

Projeto “Gesto de Herói – o poder de doar vida”

Quando: 8 a 17 de abril de 2016

Onde: Via Verde Shopping – Estrada da Floresta, 2320 – Floresta Sul – Rio Branco/AC

Realização: Ministério da Saúde e Fundação Faculdade de Medicina da USP

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