O estudo contradiz uma teoria prévia e vigente por anos (cunhada pelo psicólogo norte-americano Paul Elkman), que informava que homens e mulheres conseguem demonstrar, usando a face, seis emoções: felicidade, tristeza, medo, raiva, surpresa e nojo.
De acordo com essa nova pesquisa, as emoções exprimíveis pelo rosto humano se limitam a quatro. Surpresa e medo confundem-se, assim como nojo e raiva.
Para chegar à afirmação, os pesquisadores estudaram tanto a ação dos músculos presentes na face humana quanto o tempo que eles levavam para ser acionados durante as determinadas expressões.
Assim, os envolvidos no estudo observaram que enquanto sinais das expressões faciais de felicidade e tristeza diferem bastante no quesito tempo consumido para serem executadas, medo e surpresa dividem uma característica em sua execução: os olhos arregalados. O mesmo ocorre com raiva e nojo, que tendem a fazer com que quem os sente enrrugue o nariz.
Os pesquisadores sugerem que essas similaridades entre algumas expressões indiquem uma menor versatilidade do rosto.
A análise dos quesitos avaliados no estudo só foi possibilitada pelo uso de um sistema chamado Generative Face Grammar, desenvolvido pela universidade e composto de câmeras aptas a filmar os rostos dos participantes do experimento em três dimensões.
Esses participantes também foram selecionados com base em suas capacidades de movimentar de forma independente os músculos (são 42, no total) de seus rostos.
“Nossa pesquisa questiona a teoria de que a comunicação emotiva humana compreende seis básicas e irredutíveis categorias. Em vez disso, nós sugerimos que existem apenas quatro expressões básicas de emoção”, disse, na divulgação da descoberta, a pesquisadora Rachael Jack.
O próximo passo dos pesquisadores é estender a análise a povos orientais que, segundo eles, interpretam algumas das seis emoções da teoria inicial de forma diferente em comparação a ocidentais, enfatizando mais a movimentação dos olhos do que a de músculos ao redor dos lábios.