Após Operação, beneficiados em esquema de corrupção na Sehab abandonam casas

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Casas do conjunto Rui Lino são abandonadas por beneficiados em esquema de fraude

Pelo menos cinco casas foram abandonadas após ser deflagrada a primeira fase da Operação Lares, em fevereiro deste ano, e que investiga o esquema de venda ilegal de casas populares do governo por funcionários da Secretaria de Habitação e Interesse Social (Sehab). A informação foi dada na manhã desta quarta-feira (27) pelo delegado Robert Alencar. Dois inquéritos foram instaurados para apurar os fatos.

De acordo com o delegado, as casas ficam localizadas no conjunto Rui Lino III, e seus moradores seriam pessoas que foram contempladas de forma ilegal e que sabiam que iriam virar alvo de investigação. Depois de ser executada a primeira fase da Operação Lares, algumas das casas foram encontradas em estado critico. Com o abandono, elas foram alvo da ação de vândalos que utilizam o local para consumo de entorpecentes e práticas sexuais.

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Delegado Robert Alencar

“Nós fizemos um trabalho de vistoria desses imóveis, junto com o Ministério Público, que apresentou um relatório onde constam fotos dessas casas e de outras que ainda estão habitadas neste conjunto. São pessoas que foram contempladas de forma ilegal dentro do esquema, e que com certeza ficaram receosas em ser alvo de investigações”, diz Alencar.

Perguntado se essas pessoas, mesmo tendo abandonando os imóveis, iriam responder por algum tipo de crime, Alencar respondeu que sim, “A questão do abandono quer dizer apenas que deixaram de usufruir o bem, porém, os crimes de falsidade ideológica, estelionato e de corrupção passiva já foram consumados e essas pessoas deverão responder por esses crimes.”

O delegado informou, ainda, que pelo menos dois inquéritos estão em andamento para identificar todos os que foram contemplados com os imóveis de forma irregular, e outro ainda será aberto para chegar até outras pessoas envolvidas no esquema.

“O primeiro inquérito foi o da organização criminosa, das pessoas que compraram, o segundo inquérito nós instauramos para as pessoas que foram contempladas. Nós vamos instaurar um terceiro inquérito para apurar a participação de outras pessoas da Secretaria de Habitação, ou de particulares que vendem e também de pessoas que já trabalharam na secretaria e praticaram as mesmas condutas”, destacou ele.

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