Cruzeiro do Sul: casos de malária aumentam 23% no primeiro trimestre de 2016

O município de Cruzeiro do Sul (distante 650 quilômetros da capital) voltou a registrar aumento significativo no número de casos de malária. Segundo a gerência local da Vigilância Epidemiológica, órgão de responsabilidade do governo estadual, o crescimento foi de 23% nos três primeiros meses deste ano, em comparação com igual período de 2015. De acordo com os técnicos, o aumento se deu por conta da pouca intensidade das chuvas, o que, segundo eles, facilita a proliferação do mosquito transmissor da doença, o Anopheles.

“Quando temos chuvas intensas, com enxurradas, as larvas são dispersas, e a incidência das notificações é menor. Quando acontece o contrário, com chuvas rápidas e esparsas, o mosquito tem as condições perfeitas para se desenvolver”, explicou o gerente de Endemias no município, Hélio Cameli.

Conhecida por infectar principalmente comunidades da zona rural e ribeirinhas, a doença também avança no perímetro urbano de Cruzeiro do Sul. Nos bairros Cruzeirinho Novo e Saboeiro, em fevereiro e março, mais de 1.600 pessoas foram atendidas pelos agentes de saúde, que fizeram coletas de sangue para análises clínicas. Dessas, 50 tiveram os exames confirmados com malária vivax ou falsiparum. Nestes casos, o paciente já sai com o remédio em mãos para o tratamento.

A estudante Jacinta Sena, 25, moradora do bairro Cohab, já contraiu malária duas vezes. “Isso precisa ter um fim. Quando eu fui fazer o exame, tinha dezenas de pessoas com os mesmos sintomas, ou seja, com malária”, disse ela, exigindo “uma providência do poder público”.

No próximo dia 25, Dia Mundial de Luta Contra a Malária, dezenas de servidores públicos irão às ruas da cidade esclarecer a população sobre o problema da doença na região. Ainda de acordo com Hélio Cameli, alguns moradores resistem em deixar os agentes fazerem os trabalhos de combate ao mosquito, em usar os mosquiteiros impregnados e até em tomar a medicação. “Esse último é mais grave. Se a pessoa não se tratar e se curar, ela pode transmitir a doença para outra”, alerta ele.

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Cruzeiro do Sul: casos de malária aumentam 23% no primeiro trimestre de 2016