Na manhã desta sexta-feira (29), a direção da Maternidade Bárbara Heliodora, em Rio Branco, concedeu coletiva de imprensa para falar sobre a morte de mais dois bebês nas dependências da unidade de saúde.
A mãe do bebê morto na noite de quinta-feira (28), Cássia da Silva, 22, chegou na maternidade ne terça-feira (26) com a bolsa estourada, e somente após 40 horas, ao perceber que o bebê apresentava sofrimento fetal, a mãe foi submetida a uma cesariana. A criança não resistiu e morreu.
O diretor-técnico da maternidade, Everton Santiago, informou que a paciente chegou ao hospital e, na consulta, além da prematuridade do bebê, não foi apresentada nenhuma anormalidade tanto na mãe quanto na criança para a emergência de um parto cesariana.
“É uma paciente que chegou com uma rotura da bolsa prematura, uma criança que tinha 35 semanas. A nossa conduta, segundo o protocolo, se não tiver uma alteração fetal, o que foi visto nessa paciente que não tinha, seria iniciado a indução e isso foi feito, e, em seguida, ela foi encaminhada ao centro de parto e não apresentava nenhum problema fetal, sendo no momento em que o bebê já estava nascendo foi visualizado uma alteração no batimento cardíaco fetal. Foi feita uma medicação para melhorar o batimento e, imediatamente, a mãe foi submetida a uma cesariana, porém a criança não resistiu”, explicou o diretor.
Questionado pela demora da cesariana, realizada 40 horas após a bolsa da mãe ter estourado, Everton Santiago alegou os riscos que um bebê prematuro corre nesse tipo de procedimento.
“Os protocolos a nível nacional e mundial relatam que os bebês prematuros se beneficiam de parto normal, cesariana aumenta o risco de doenças perinatais, insuficiências respiratórias que podem ser levados a UTI e até chegar a óbito. Por isso realizamos uma cesariana somente em casos de riscos ou com indicações precisas para este procedimento. O parto normal do prematuro, quando não apresenta nenhuma contraindicação, é melhor, tanto para o bebê quanto para a mãe”, completou.
O laudo do Instituto Médico Legal apontou como causas da morte do bebê “óbito fetal intrauterino, anoxia, sofrimento fetal agudo e prematuridade”.
No dia 14 de março deste ano, foi registrado outro caso de bebê natimorto que, segundo familiares, também foi por demora na realização do parto; ou seja, o bebê passou da hora de nascer, porque a mãe teve que esperar para ter parto normal, sendo que veio do interior encaminhada pra uma cesariana de urgência.
De acordo com o diretor-técnico, esse caso ainda está sendo investigado, e que a morte do último bebê foi uma fatalidade. “Existe uma margem de óbito da maternidade, e que no Acre o hospital não ultrapassa essa margem saindo da normalidade”.
Outro caso questionado durante a coletiva de imprensa foi o de uma paciente que deu entrada na maternidade nesta sexta-feira, com óbito fetal. Segundo a gerente assistencial do hospital, Ana Beatriz, será feita uma busca de todo o prontuário da paciente para analisar o caso.