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Em entrevista, Bittar fala sobre impeachment, oposição no Acre e candidatura do filho a vereador

Por Alamara Barros e Wania Pinheiro, para a ContilNet

Em entrevista a ContilNet, o ex-deputado federal Márcio Bittar (PSDB) falou sobre o atual cenário político por que passa o Brasil. Para ele, o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) tem sua legitimidade, e pior seria se o Brasil continuasse vivendo sobre o modelo politico que, em sua opinião, faliu o Brasil e a América Latina.

“Um governo que patrocinou o estelionato eleitoral, mentiu na época da campanha já sabendo que a realidade do Brasil não era aquela, fez o que não podia fazer. O processo tem base legal e política. A base legal são as pedaladas fiscais, que é o governo pegar emprestado dinheiro sem a autorização do Congresso Nacional, e isso ficou comprovado em dois anos do governo Dilma Rousseff. Então o impeachment está coberto de legitimidade. O governo do PT tombou pelo conjunto da obra, um governo que faliu o Brasil. Tivemos uma crise sem precedentes, que é uma crise econômica, politica e moral, conivência com a corrupção, a tomada do Estado como se pertencesse a um partido político, o tratamento com a oposição como se fosse um inimigo a ser eliminado” analisa Márcio Bittar.

“Todo processo como esse é traumático, é um processo difícil, não é à toa que a Constituição prevê o mínimo de dois terços dos votos do total dos parlamentares para afastar o presidente da República”, pondera o tucano.

marcio e jao paulo

João Paulo, filho de Marcio Bittar poderá disputar uma vaga na Câmara de Vereadores de Rio Branco/Foto: ContilNet

Márcio Bittar diz, ainda, que o Partido dos Trabalhadores, demonstrou o tempo todo uma prática comunista, esquerdista, de que o Estado é o promotor da atividade econômica, não reconhecendo que é o talento individual das pessoas que gera riquezas.

“Por isso a interferência na economia acaba sendo um desastre. Então, tudo isso compõe as razões políticas do impeachment, e o fator jurídico foram as pedaladas fiscais, que é um crime de responsabilidade. A Câmara apenas aceitou, admitiu a denúncia. Agora o julgamento do mérito é do Senado.”

O ex-deputado federal falou da incoerência do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), assumir o cargo de vice-presidente do Brasil. Segundo ele, o primeiro passo foi o impeachment e, agora, o segundo é impedir que isso aconteça, pois não seria solução para o Brasil.

“É uma incoerência da esquerda, mas ela sempre foi assim, como ela passou o tempo inteiro dizendo “fica, Dilma” e “fora, Cunha” e o Cunha. por mais corajoso em ter articulado o impeachment, ele tem muito menos poder do que eles tiveram. Hoje está mostrado claramente a estratégia correta que o PSDB participou. O primeiro passo para limpar a sujeira política era o impeachment, e agora a Câmara precisa tirar da presidência Eduardo Cunha. Em nenhum momento foi falado que ele seria a solução para o Brasil. É quase impossível ter o Cunha presidindo a Câmara, é preciso que ele seja cassado também”.

Bittar falou, ainda, sobre a candidatura de seu filho João Paulo, que deverá disputar uma vaga na Câmara de Vereadores de Rio Branco nas eleições deste ano.

ContilNet – Como o senhor descreve este cenário de um impeachment em que o Brasil vive hoje?

Márcio Bittar – Todo processo como esse é um processo traumático, difícil, não é à toa que a constituição brasileira prevê o mínimo de dois terços dos votos do total dos parlamentares para poder afastar o presidente da república. Então, é um momento traumático, um momento que ninguém gostaria de passar. Mas o pior de tudo para o Brasil, é continuar sob um modelo político que faliu o país e a América Latina, um modelo que patrocinou o estelionato eleitoral, mentiu na época da campanha já sabendo que a realidade do Brasil não era essa, passou uma imagem mentirosa, fez o que não podia fazer.

Mas esse processo contra a presidente Dilma tem base legal?

O processo do impeachment tem base legal e política. A base legal são as pedaladas fiscais, que é o governo emprestar dinheiro público sem a autorização do Congresso Nacional. E do ponto de vista político, o impeachment está coberto de legitimidade. O governo do PT tombou pelo conjunto da obra, um governo que faliu o Brasil. Tivemos uma crise sem precedentes, que é uma crise econômica, política e moral. A conivência com a corrupção; os maiores escândalos de corrupção do mundo moderno e democrático; a tomada do Estado como se pertencesse a um partido político; o tratamento com a oposição como se fosse um inimigo a ser eliminado; a visão comunista, esquerdista de que o Estado é o promotor da atividade econômica, não reconhecendo que é o talento individual das pessoas que geram riquezas e, por isso, a interferência na economia acaba sendo um desastre. Então, o conjunto da obra compõe as razões políticas do impeachment. E o fator jurídico foram as pedaladas fiscais, que é um crime de responsabilidade. A Câmara Federal apenas aceitou, admitiu a denúncia, agora o julgamento do mérito é no Senado da República, mas a Câmara agiu com base legal e legitimada ao Impeachment.

O Temer assumindo a Presidência da República, o que muda para o PSDB do Brasil e do Acre?

Eu tenho acompanhado o presidente nacional Aécio Neves, ele tem dito em, nosso nome, que o PSDB nunca faltou ao Brasil e não faltará neste momento. Nós estamos comprometidos a apresentar uma agenda para o próximo governo que inclua as mudanças necessárias para o Brasil poder recomeçar sua história, dar a volta por cima desse processo, que inclui na agenda as reformas previdenciária, trabalhista, fiscal e administrativa. Não é possível continuar tendo um governo do tamanho desse que está aí. É preciso que se adeque, principalmente em meio a uma crise tão grave como essa, porque não dá pra continuar com uma política dessa que nós temos, com essa “embiricica” de partido que é uma vergonha nacional. Então, o PSDB já disse que não é possível mantermos um sistema político como esse, mas que nós vamos ajudar como sempre ajudamos, nós nunca faltamos ao Brasil. Acima de tudo, o que está em jogo é o futuro do nosso país. Agora, não será ocupando cargos. O PSDB não vai pleitear cargo nenhum na República, mas também não terá como impedir a participação de um ou outro elemento dos seus quadros no governo, como no passado ocupou, quando Fernando Henrique Cardoso esteve como ministro de Itamar Franco no Ministério da Fazenda. Mas o PSDB vai ajudar nas mudanças que o Brasil precisa fazer sem pedir cargos no governo. E essa é a posição que o PSDB e eu consideramos correta.

Que mudanças o senhor acha que Michel Temer faria para melhorar a situação do Brasil?

Fui deputado com ele, e talvez seja hoje um dos homens mais preparados para este momento grave pelo qual o Brasil passa. Ele tem maturidade, equilíbrio, é um homem de construção de pontes. E nesse cenário político em que vivemos, precisa ser um construtor de pontes e não de muros, e Michel Temer nunca precisou tanto das qualidades de um bom articulador como ele precisa agora. Os primeiros movimentos mostram que ele está antenado com a gravidade do momento e decidido a fazer as reformas que o Brasil precisa. Ele iniciará o governo, mesmo sendo temporário, de seis meses, já fazendo a diminuição do tamanho dos gastos públicos. Ele está se movimentando para construir uma equipe que seja enxuta e altamente capaz, diminuindo de quarenta ministérios para algo em torno de vinte.

Então o senhor acredita que Dilma vai mesmo ser afastada?

A maioria das pessoas avaliam que o Senado vai aceitar a denúncia e, ao aceitá-la a, Dilma se afasta e Michel já assume. Então é da obrigação dele se preparar. E se ele fizer o que tem que ser feito, que é diminuir o tamanho dos estados e fazer as reformas que o Brasil precisa fazer; profissionalizar os estados brasileiros; valorizar o mérito e não o filiado partidário ; nós, do PSDB, estamos prontos, na bancada, na Câmara e no Senado para ajudar o Brasil, como fizemos a vida inteira.

E o Eduardo Cunha, vai ser cassado?

Acredito! Agora é a vez da Câmara e do PMDB cortar na carne. E cortar na carne é tirar Eduardo Cunha da presidência . O próprio Michel, quando eu disse que ele é um homem habilidoso e preparado, porque é um momento muito delicado, e essa relação com o Cunha é uma delas, eles são correligionários, mas é praticamente impossível ter o Cunha como vice-presidente do Brasil. Imagina um país com Michel presidente tendo que ir ao mundo inteiro para adquirir confiança, fazer com que todos os países voltem a investir no Brasil, volte a confiar no país, recuperar a credibilidade, com o Cunha assumindo o Brasil quando o Michel se afasta? É impossível. Então é uma operação delicada e é por isso que eu disse que ele talvez nunca na vida precisou tanto da habilidade, da diplomacia como ele deverá precisar agora.

O PT passou o tempo todo batendo no Cunha dizendo que ele é réu, a situação do Renan Calheiros que vai presidir agora o impeachment no Senado é bem parecida. O senhor acha que o PT vai continuar batendo no Renan assim como fez com o Cunha?

Uma das diferenças entre a esquerda e todos os outros grupos políticos do Brasil e do mundo é que, para a esquerda, só é bandido quem não faz parte dela, na hora em que o maior bandido do mundo passar parao lado deles, ele deixa de ser bandido. A situação do Renan é absolutamente igual a de Cunha, aliás, o Renan tem até mais processos, então os dois já são réus. O PT passou o tempo inteiro demonizando o Cunha e não fará a mesma coisa com o Renan Calheiros, apesar da situação dos dois ser absolutamente a mesma.

Um governo de Michel Temer seria melhor para o Acre do que o governo Dilma Rousseff?

Pior do que a Dilma e a esquerda não existe, eles acabaram com o Brasil e com a América Latina. A relação que a esquerda estabelece com a diplomacia internacional é ideológica. Então é para nós, do Acre, o nosso futuro passa pelo Peru e não pela Bolívia do Evo Moralles. A Bolívia aumentou absurdamente a produção de cocaína, que entra uma boa parte dela pelo Acre. Não é à toa que o Brasil se tornou hoje, na mão do PT, o país que mais mata no mundo. Então, pior do que o que está não tem como ficar. Temos que virar essa página. O momento e os meses que vêm pela frente são de muito cuidado e muita cautela. Não há nada pior que a continuidade desse governo que acabou, e não foi por obra da oposição. Se você juntar os votos da oposição, que é PSDB, o DEM e o Solidariedade dá aproximadamente cem parlamentares. Houve, na Câmara, 367 votos a favor do afastamento da Dilma, então, o governo perdeu pra ele mesmo. O governo que tem apenas 137 votos acabou. Seja em qualquer país do mundo, seja presidencialista ou parlamentarista, o governo que não consegue colocar no plenário nem um terço dos seus parlamentares para votar, pode se considerar acabado. Portanto, acho que é uma etapa, o PSDB vai ajudar, porém não vamos ter ilusão, isso é um processo que vai demorar, mas acho que o Brasil caminha numa direção de virar a página de um projeto que quebrou o país.

A oposição no Acre sempre caminhou dividida. Com o Michel Temer na presidência, a oposição no Acre poderia se unir e ameaçar projetos do PT, como a eleição em Rio Branco?

Preciso confessar que quando eu olho para a oposição do Acre, sinto uma preocupação. No momento em que o PT está se dissolvendo, porque é um modelo que fracassou, se nós perdermos a eleição no Acre em cidades importantíssimas pela proliferação de candidaturas e não conseguirmos manter o projeto que nos una a modelos que sejam importantes para o futuro do Acre, a população vai nos culpar. O PSDB fez uma pesquisa qualitativa que mostra o sentimento das pessoas que insistem em tirar o P do pode; se as oposições não se unirem em torno de um projeto que venha atender aos anseios da sociedade, tenho certeza de que elas nos culparão dizendo que nem no momento em que o PT está se acabando a oposição consegue se juntar.

E o que tem feito para ajudar a oposição a se unir e se fortalecer no Acre?

Tenho feito o que eu posso para ver os partidos juntos em torno de um só projeto. Em 2012, por exemplo, participei de acordos para eu ser candidato a prefeito, entretanto tive que renunciar em nome da união das oposições, mas isso acabou não acontecendo. Naquela época, eu era o deputado mais votado na história do estado, uma honra para mim que eu carrego para o resto da minha vida, uma homenagem que o povo acreano me deu. Mais recentemente, como candidato a governador, eu já sabia o que uma eleição, uma vitória ou derrota reserva a uma pessoa. A Márcia, minha esposa, tinha grande chance de se eleger deputada federal, mas nós renunciamos a uma candidatura dela para dar uma demonstração de que o mais importante era uma candidatura de governo. Hoje eu e minha família sabemos o quanto é difícil ficar sem mandato e com problemas de campanha para resolver.

O senhor disputa algum cargo nas eleições deste ano?

Márcio Bittar: Não. Creio que quando anuncio que não sou candidato em 2016, também é uma forma de eu abrir oportunidade a outras pessoas. Vejo muitas vezes em colunas de jornalistas que eu respeito, repetindo o mantra que ninguém dar espaço para ninguém, que a turma só pensa em si mesmo. A minha trajetória não diz isso, eu concordo que infelizmente a maior parte é assim, mas a minha história na política não comprova essa tese. Eu tenho feito tudo o que posso pra unir a oposição e até agora não consegui. Mas eu continuo dizendo, disse para o presidente do meu partido, para o senador Petecão, para o Bocalom, para o PMDB, que se não conseguirmos chegar à unidade, iremos pagar um preço por isso. Tem gente que até hoje ainda acha que eu posso ser candidato, mas já deixei bem claro que não tenho condição de ser candidato, acho que a minha atitude abre espaço, oportunidade para novas lideranças. Estou disposto a ajudar naquilo que a oposição entender que é melhor para ela toda.

E em 2018, ai enfrentar uma eleição para o Senado?

O futuro pertence a Deus. Eu já disse que não sou mais candidato a cargo proporcional, se eu vier a ser candidato, junto com uma candidatura nacional do PSDB, será uma candidatura majoritária. E se não me viabilizar, não vou forçar a barra. Não adianta ninguém na política querer ser candidato na marra. Você tem que fazer o que acha correto. E se isso for bom para você, melhor ainda; mas se não for, paciência. Sou um soldado e, em 2018, se depender da minha vontade, irei disputar uma candidatura majoritária, mas isso é o tempo que vai dizer.

Uma vez, uma liderança da Frente Popular disse que a oposição do Acre era um “saco de gatos”…

O Wagner Sales até me autorizou a dizer que a oposição era um “saco de gatos”, mas não era um “saco de ratos”, como é o caso do governo. Há muito tempo que a Frente Popular mantém a unidade em troca exclusiva de cargos políticos. Então, um monte de gente vive pendurada no governo, recebendo dinheiro público sem trabalhar, sem produzir. Já na oposição é mais difícil, porque você só junta no convencimento. Então não é fácil você construir uma unidade em torno de algumas propostas, mas eu sou otimista e acho que a gente vai conseguir.

Há anos que a oposição caminha desunida. O senhor acredita mesmo que agora será diferente?

Temos tempo ainda para fazer um acordo que pode não ser aceito nos 22 municípios do Acre, mas que seja na maior parte, pelo menos os mais importantes, e que isso nos prepare para tarefa que é governar o Acre. O que eu procuro chamar atenção é que, de fato, a maior preocupação precisa ser com o Acre e o meu medo é esse, é que o Brasil e a América Latina estão promovendo uma mudança, uma experiência de esquerda, demagoga, que se aproveita do Estado, que acha que o Estado é infinito e que pode ir pegando tudo que não vai se acabar, faz obra mal feita, tudo superfaturado. Isso quebrou a América do Sul e Latina e está mudando. Então eu tenho convicção de que esses ventos de mudança estão chegando ao Brasil. E o meu medo, e acho que será imperdoável, se a oposição do Acre não aproveitar essa mudança. O Acre precisa mudar de verdade, não é trocar de cor, de pessoas, com o mesmo método, com a mesma visão pequena. A história de formação do Acre é uma história única no Brasil, de muita grandeza, coragem, de muito destemor, pessoas que se embrenharam nas matas e não tiveram medo de nada. Imagina morar na selva com malária, longe de tudo, de família, é um povo de uma coragem ímpar e que merece um futuro melhor e não a realidade que vive hoje de falência total do Estado. E eu repito: se um estado como o nosso, com apenas 800 mil habitantes, se nós soubermos aproveitar a mudança nacional, conseguiremos mudar a realidade econômica do Acre em menos de 20 anos. Espero que a oposição esteja à altura de representar o Acre neste novo momento.

O que o senhor tem feito durante esse período que está sem mandato?

A minha residência é em Rio Branco, mas eu tenho que vir a Brasília todos os meses, eu trabalho junto com a direção nacional do PSDB. Ano passado ajudei a fazer as agendas para o Brasil inteiro, inclusive levei uma das palestras do Instituto Teotônio Vilela paro Acre. Este ano, continuo ajudando na agenda do ITV Nacional. Estou agora com a missão de procurar uma pessoa para fazer o portal virtual de auxílio aos candidatos, pré-candidatos, que tenha um pouco de marketing, dicas jurídicas que seja movimentado, que tenha profissionais alimentando o portal. Por exemplo, as pessoas que estiveram na política há muitos anos não se lembram mais das dificuldades pelas quais passaram quando estiveram na política pela primeira vez. Então, precisamos que os candidatos tenham o portal como fácil ferramenta nas mãos, com profissionais na área da contabilidade, jurídica e na área de marketing para corresponder. Na sexta-feira passada, eu já apresentei algumas pessoas aptas para o ITV Nacional, vamos ter o encontro dos pré-candidatos dos maiores municípios do Brasil, aqueles que geram programa de televisão. Se isso se confirmar, eu vou também participar da organização desse Seminário. Estive numa comissão também nomeada pelo Aécio Neves para percorrer os municípios do Brasil com mais de 100 mil eleitores, pois já estamos nos preparando para as eleições de 2018.

Além das palestras, o que o Acre ganha com o trabalho que o senhor faz na direção nacional do PSDB?

Faço essas tarefas com a direção nacional do partido com o sentimento de obrigação de dever com o Acre, porque ninguém nega que o PSDB possa voltar a governar o Brasil, e eu considero isso uma possibilidade muito real, muito concreta e essas pessoas com quem eu me relaciono serão pessoas importantíssimas para o destino do Brasil. Eu não quero para o Acre um futuro de esmola, eu quero um futuro de grandes decisões. Eu não quero que o governo do PSDB olhe para o Acre para dar migalhas, aquilo que sobra da mesa. Eu quero para o Acre que compreendam que temos uma história e merecemos um futuro grandioso. Estarmos envolvidos num projeto nacional que de fato retire o Acre do atraso em que vivemos. Hoje eu posso apontar para o Tião Viana ou Jorge Viana e dizer que eles são responsáveis pelo o que está acontecendo no Acre, porque eles governam o Acre e também o Brasil. Na época da alagação, o Jorge Viana fez questão de mostrar para o Petecão que quem tinha relação com a presidente Dilma era ele, quando foi tirar foto com ela, e a presidente declarou que o Jorge era quem estava resolvendo os problemas da alagação etc. Então nós temos o direito de cobrar deles, principalmente a violência que explodiu no Acre. Agora, amanhã, se for o PSDB, a obrigação será nossa.

O senhor acha que o nome do senador Gladson Cameli continua forte e credenciado para as eleições a governo do Acre em 2018?

Eu acho. Quando você faz uma leitura de saída equivocada, a chance de dar certo é zero. Quando você faz uma leitura real, a chance de acertar é muito maior. Então não adianta você teimar contra a realidade, contra as pesquisas, contra o que você vê e ouve. Eu considero inegável que o Gladson saiu das Eleições de 2014 mais credenciado do que qualquer outra pessoa , com mandato de Senador da República. E eu continuo dizendo que ele só não sairá candidato a governador do Acre, se ele não quiser. Por outro lado, digo que a oposição unida elege o Gladson, Márcio, o Petecão, Rocha e até um outro nome que não seja nem citado, porque o momento é mais de um projeto que faliu e que precisa de outro. Então eu continuo dizendo que o Gladson saiu credenciado. Eu disse várias vezes a ele, sem ele me pedir, que eu reconhecia isso e que a partir desse reconhecimento, que não é só meu, mas de outros partidos da oposição, agora vem a tarefa dele de querer ser candidato.

Como está sua relação com o deputado Major Rocha?

Nós nos respeitamos, eu admiro o papel parlamentar que ele faz. Indiscutivelmente o Rocha fez um mandato na Assembleia Legislativa que o credenciou para cumprir o papel que ele cumpre hoje no Congresso Nacional. Nossa relação é muito boa, de respeito, estamos andando juntos e vai continuar assim.

Marcio com o filho, João Paulo Bittar

Seu filho João Paulo vai ser candidato a vereador em Rio Branco?

A Márcia e eu, nunca condicionamos nossos filhos a seguirem a vida que nós temos na política. Eles já viveram as grandes alegrias e os problemas também que nós herdamos na política, então é uma relação muito intensa. O João Paulo e a Paula tiveram todas as oportunidades que quiseram ou que pudemos dar. Agora, por outro lado, eles também ouviram a vida inteira de mim e da mãe que os jovens precisam cuidar Brasil, e principalmente do Acre. Essa história que a elite brasileira, ela quer o seu filho advogado, professor, médico, tudo menos político e aí depois cobra do Estado a segurança pública, educação, a economia do estado. A juventude e a elite brasileira têm que entender que é seu papel cuidar do seu estado. Eu vejo, por exemplo, o setor rural acreano que nos último 20, 30 anos foi subjugado pelo governo de esquerda, eles morrem de medo do governo, porque é o Ibama que multa, que prende, é crime inafiançável, um monte de lei que amarrou a área rural e, para resumir, a terra tem dono, mas não manda nela, quem manda é o Estado. Mas eles, os pais desses jovens, seus herdeiros, não prepararam nenhum dos seus filhos para assumir cargos públicos, para dar voz ao seu reclame, a sua indignação. Então essa é uma história que precisa mudar. Os jovens filhos desta terra precisam se responsabilizar para tomar conta do seu Estado. Se por um lado, meus filhos nunca tiveram em mim nem na Márcia alguém querendo, empurrando para tomar tal decisão, por outro lado eles sempre ouviram dizer que eles, os jovens, têm que cuidar do Estado. O João Paulo está, neste momento, cumprindo uma missão, que é uma consulta às pessoas que têm ligação comigo, com a Márcia ao longo desses anos todos, e ao término dessa consulta, ele pode oficializar a pretensão de ser candidato a vereador. Não fez até agora porque ninguém pode se lançar candidato se ele não tiver uma base, um grupo, ninguém faz nada sozinho, não chega a lugar nenhum sozinho. Ele está, agora, andando, o Edson acompanhando , fazendo uma consulta. Se o resultado for positivo, aí sim, ele vai oficializar uma pré-candidatura a vereador dentro do PSDB. E aí, se isso acontecer, ele vai passar a ser para mim a coisa mais importante dentro da política. Eu já ajudei e tive perto de mim vários jovens e me animo com isso. E por que não ajudar o meu filho?

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