Jan Egeland, ex-secretário-geral adjunto da Organização das Nações Unidas (ONU) e atual diretor da ONG, afirmou durante a Cúpula Humanitária Mundial, em Istambul, que a situação dos refugiados é dramática, mas que é “ainda mais preocupante” o destino daqueles a que as organizações de ajuda humanitária não têm acesso.
“Neste momento, há 55 mil civis no fogo cruzado, na cidade iraquiana de Fallujah, controlada pelo Estado Islâmico, que combate as forças iraquianas, e não há forma de chegar a elas”, disse Egeland, responsável por uma das maiores ONG mundiais dedicadas aos refugiados.
No total, acrescentou, há 7 milhões de pessoas vivendo em regiões controladas pelo grupo e é “muito, muito difícil” negociar com a milícia jihadista a abertura de vias humanitárias.
Várias organizações denunciaram, na cúpula de Istambul, as frequentes violações das leis humanitárias e da Convenção de Genebra, como os bombardeios a hospitais ou a ocupação de escolas.
“Não é preciso ser um cientista para apurar que aviões bombardearam um hospital”, disse Egeland. “Difundiu-se uma ideia de que o médico do meu inimigo é meu inimigo. Não! O médico do meu inimigo está fazendo o seu trabalho”, destacou.