Carlinhos Cachoeira é preso por lavagem de dinheiro e desvio de recurso público

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Bicheiro Carlinhos Cachoeira /Foto: Reprodução

Agentes da Polícia Federal prenderam nesta quinta-feira (30) o empresário Carlos Augusto Ramos, conhecido como Carlinhos Cachoeira, na residência dele em Goiânia, no início da Operação Saqueador.

Segundo a PF, no total, três pessoas foram detidas durante as diligências desta manhã. As identidades delas não foram divulgadas. A ação, deflagrada em pelo menos três Estados (GO, SP e RJ), tem cinco mandados de prisão. Três são contra o empresário Fernando Cavendish, dono e ex-presidente da empreiteira Delta, o empresário Marcelo Abbud e o lobista Adir Assad. Este último já foi condenado na operação Lava Jato. Todos são considerados foragidos. Os policiais também cumprem cinco ordens de busca e apreensão.

Os advogados de Cachoeira, Cavendish e Assad ainda não foram identificados e localizados. A PF não informou se eles já possuem defesa constituída para esse processo. Procurada pelo UOL, a assessoria de comunicação da Delta informou que a empresa, por enquanto, não pretende se pronunciar.

Empresário Adir Assad /Foto: Andre Dusek/AE

Empresário Adir Assad /Foto: Andre Dusek/AE

O inquérito que resultou na operação foi instaurado a partir de informações sobre desvio de dinheiro público e lavagem de dinheiro. De acordo com a investigação, que já dura três anos, houve corrupção a partir de contratos públicos com a empreiteira Delta. A empresa participou de várias obras realizadas com recursos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).

Segundo o MPF (Ministério Público Federal), de 2007 a 2012, a Delta teve 96,3% do seu faturamento oriundo dos cofres públicos, e o lucro é estimado em R$ 11 bilhões. Desse total, mais de R$ 370 milhões foram lavados por meio de pagamento ilícito a 18 empresas de fachada, criadas pelos operadores do esquema. O objetivo final da lavagem seria o pagamento de propina a agentes públicos.

“Cachoeira, Assad e Abbud eram os responsáveis por criar as empresas fantasmas que lavavam os recursos públicos, por meio de contratos fictícios, que eram sacados em espécie, para o pagamento de propina a agentes públicos, de forma a impedir o rastreamento das verbas”, informou o MPF, em nota.

Marcelo Cavendish está foragido /Foto: Reprodução

Marcelo Cavendish está foragido /Foto: Reprodução

O Ministério Público Federal informou ter denunciado à Justiça, além de Cavendish, outras 22 pessoas por envolvimento com o esquema. “Dentre os denunciados estão executivos, diretores, tesoureira e conselheiros da empreiteira, além de proprietários e contadores de empresas fantasmas, criadas por Carlinhos Cachoeira, Adir Assad e Marcelo Abbud.”

O juiz responsável pelo caso é Marcelo Bretas, da 7ª Vara da Justiça Federal do Rio de Janeiro. É ele também que está à frente das ações da Eletronuclear, desmembramento da Lava Jato.

Carlinhos Cachoeira chegou a ser preso na operação Monte Carlo, em 2012, acusado de liderar uma quadrilha de jogos de azar em Goiás e no Distrito Federal. A ação desmontou a quadrilha, que se beneficiaria da relação com autoridades como o ex-senador Demóstenes Torres. Cachoeira é também alvo de diversos processos criminais na Justiça e já foi condenado a mais de 39 anos de prisão.

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