18 de abril de 2024

Lançamento do livro ‘Rosalina, Meu Amor’

Foto: Luan Cesar

Por Luan Cesar  O jornalista, filósofo e escritor Antônio Stélio lança neste mês, em Rio Branco, mais uma obra literária, que agora fará parte do seu amplo currículo como literato. Intitulado “Rosalina, Meu Amor”, o livro conta a história de um crime que chocou a sociedade rio-branquense na década de 1940, o assassinato da professora Rosalina por um presidiário.

Essa é a oitava obra de Stélio como escritor. Na bagagem, ele já possui os títulos: “O Argonauta”, “Crônicas Definitivas de um Tempo Provisório, “Aforismos de um Poeta do Envira”, “O Amor é Trágico, Ame, “Vovó leu Nietzsche”, “Diário de uma quase Morte” e “O Escaravelho da Floresta”. “Rosalina, Meu Amor” é o segundo romance na carreira de Antônio.

Mesmo com um currículo extenso, o filósofo afirma que a expectativa e ansiedade são grandes para o lançamento da nova obra. “Por se tratar de um caso bastante conhecido pelas antigas gerações de acreanos, a perspectiva é maior ainda dessa vez. Devido as pessoas quererem ver esse fato narrado de forma documental, isso contribui para aumentar a apreensão”, confessa.

Antônio Stélio comenta que a escolha do tema se deu porque ele queria deixar registrado na história da literatura acreana um fato que marcou o Estado por muitas gerações. “Foram dois motivos principais. O primeiro é deixar registrado na história um caso que eu conhecia desde a infância. O segundo é porque minha obra é voltada para contar a história do Acre”, declara.

“Rosalina, Meu Amor” já foi lançado no mês de abril em Natal, no Rio Grande do Norte. Depois de Rio Branco, o livro será lançado em Fortaleza (Ceará), João Pessoa (Paraíba), Recife (Pernambuco) e na Bienal Internacional do Livro de São Paulo. Na capital do Acre, vários exemplares da obra já estão disponíveis na livraria Pain, no Centro da cidade, ao preço de R$ 30.

Stélio revela que já têm planos de escrever mais duas obras que irão relatar fatos históricos ocorridos no Acre. De acordo com ele, uma delas abordará as aventuras do poeta potiguar Juvenal Antunes e a outra retrará o caso de um assassino de indígenas no então Território Federal. “O motivo desses temas se devem a minha experiência e paixão pela minha terra”, completa o escritor.

Caso Rosalina

Segundo Antônio Stélio, o caso Rosalina aconteceu no Território Federal do Acre em 1941. Rosalina, uma professora de apenas 19 anos, dava aula no antigo Grupo Escolar 7 de Setembro, onde hoje funciona o Palácio das Secretarias, no Centro da capital, e morava mais ou menos em frente ao atual Colégio de Aplicação, na Avenida Getúlio Vargas.

Na mesma época, funcionava também, no Centro de Rio Branco, a Penitenciária Ministro Vicente Rao, onde hoje está a sede da Prefeitura de Rio Branco. Inaugurada na década de 1930, a unidade só foi desativada no final dos anos 1940, quando o governador Guiomard Santos inaugurou a Colônia Penal fora da área urbana da capital do Acre.

Atrás da penitenciária havia uma área separada apenas por um alambrado, onde os presos tomavam sol. Um desses presos era Lázaro, que de acordo com o escritor, seria extremamente violento e evitado até pelos próprios presos. Para ir ao trabalho Rosalina passava todos os dias em frente a penitenciária. Um dia, ela teria atraído a atenção de Lázaro.

O preso desenvolveu uma obsessão por ela. Analfabeto, Lázaro pediu ao jornalista Praxedes que escrevesse uma carta em seu nome para a professora declarando seu amor. Praxedes teria tentado convencer o amigo a desistir da ideia, contudo não conseguiu e acabou atendendo ao pedido feito pelo presidiário e escreveu a carta, no entanto, essa nunca foi entregue a Rosalina.

Nas semanas seguintes Lázaro passou a pressionar Praxedes por uma resposta da professora. O jornalista teve então a ideia de escrever ele mesmo a resposta de Rosalina. Após isso, Praxedes chegou até a forjar uma troca de cartas entre Lázaro e Rosalina. Depois de um tempo, a professora se apaixonou por um piloto de avião da FAB e ficou noiva dele.

A notícia correu a cidade e chegou a Lázaro. Naquela época era comum que presos fossem utilizados para realizar serviços e Lázaro constantemente estava nas ruas. Em 25 de novembro de 1941, ele estava fazendo um trabalho na praça e portava um terçado, quando viu a professora. Furioso, ele correu até ela e cravou o objeto no peito de Rosalina, que morreu.

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