O sistema de ensino no Brasil está muito aquém do que os jovens merecem. Ainda assim, como observamos recentemente, os secundaristas deram uma verdadeira aula de cidadania e política. Quer algo mais perigoso para uma casta de políticos, empresários e todo tipo de explorador do que uma escola que coloque alunos para pensar, questionar e agir politicamente?
Sociologia, filosofia, história, geografia, educação sexual e música são matérias que estimulam o conhecimento sobre a humanidade, sobre a formação e as transformações da sociedade. Essas disciplinas abrem espaço para a reflexão sobre o respeito ao indivíduo e suas orientações, além de ajudar as pessoas a desenvolverem o senso crítico.
Esse projeto “escola sem partido” quer criar fábricas de zumbis, que estejam dispostos apenas a repetir paradigmas e a crer que a vida se resume em nascer, crescer, ser explorado, se reproduzir e morrer trabalhando como mão de obra barata.
O papo de neutralidade é para boi dormir. A escola é um espaço político e lá deve prevalecer a democracia. Isso inclui a possibilidade do aluno ter acesso a todo tipo de conhecimento que lhe ofereça condições de fazer suas escolhas políticas.
Acho mais importante debater sobre as “igrejas sem partido”. Milhares de fiéis depositam sua fé na palavra de pastores que usam o nome de Deus para ter vantagens na política. Usam a influência que possuem para criar grandes bancadas no Congresso Nacional, colocando em risco a laicidade do Estado. O que é mais perigoso para o sistema, podre e retrógrado?