18 de abril de 2024

Hillary terá que superar grandes desafios

A indicação formal da ex-secretária de Estado Hillary Clinton para disputar a corrida para suceder Barack Obama na Casa Branca representa um marco sem precedente. Mesmo que não vença as eleições, ela já entrou para a História como a primeira mulher a concorrer à presidência dos EUA. A agora candidata oficial pelo Partido Democrata foi indicada por aclamação na madrugada de ontem, no terceiro dia da convenção, sem a necessidade de contagem de votos. Apesar da festa, no entanto, os desafios que se colocam para a candidata são enormes.

Hillary terá, por exemplo, que lidar com uma profunda divisão interna no próprio partido. Enquanto acompanhava os votos dos estados, a ex-secretária de Estado foi vaiada várias vezes, e o nome de seu rival nas primárias, o senador por Vermont Bernie Sanders, foi gritado várias vezes em desafio à convenção. Nem mesmo o pedido do próprio Sanders para que os eleitores democratas se unam em torno de Hillary apaziguou os espíritos. O clima de animosidade permaneceu alto durante toda a convenção, especialmente após a divulgação de uma série de e-mails pelo Wikileaks, que mostram que a máquina do partido foi parcial, a favor da candidata, o que custou o posto de Debbie Wasserman Schultz, como presidente do partido.

O rival republicano, Donald Trump, também enfrentou uma convenção rachada, inclusive com o agravante de não ter conseguido o apoio de figuras importantes do partido, como o senador Ted Cruz. Mas ele não é, por isso, um adversário fraco. O concorrente de Hillary tem uma retórica xenófoba e contrária ao sistema político de Washington que agrada À boa parcela do eleitorado. Trump é uma espécie de reverso de Sanders, mas também cativa uma faixa dos eleitores crítica aos políticos. Ambos transitam no campo do populismo, o primeiro à direita e o segundo, à esquerda.

Histriônico e bufão, Trump mostra um despreparo perigoso para chefiar uma potência como os EUA, além de ter um estilo extremamente agressivo. Ontem, por exemplo, ele conclamou espiões russos — os mesmos que hackearam os e-mails de Debbie Schultz — a invadirem as contas da candidata democrata para vazar milhares de e-mails privados, escritos à época em que era secretária de Estado e que não foram divulgados durante as investigações sobre o uso do correio eletrônico privado para tratar assuntos de governo.

Com o apoio de Sanders, Hillary Clinton é agora a candidata democrata, e é bom que militantes do partido se engajem em sua campanha. Com todas as ressalvas que se possa ter em relação à ex-secretária de Estado, Hillary aparece como uma opção experiente e que caminha dentro da proposta de uma sociedade aberta e integrada, enquanto o concorrente propõe o fechamento de fronteiras e a construção de muros.

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