Operação volta a apreender madeira retirada de terra indígena

Em mais uma ação de repressão aos crimes ambientais no Pará, o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama) apreendeu 3,5 mil metros cúbicos de madeira que teriam sido retirados de forma clandestina de uma terra indígena localizada em Ulianópolis, sudeste do Estado.

A operação foi batizada de Malha Verde. Além da apreensão das toras, o Ibama fechou e multou uma madeireira que vinha beneficiando a madeira. De acordo com os fiscais do órgão, a empresa usava documentos falsos para o transporte e comercialização do material no Pará.

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Foto meramente ilustrativa

A operação do Ibama ainda flagrou a destruição de 300 hectares de floresta em duas propriedades rurais. A área de mata nativa derrubada serviria para o plantio de soja. As fazendas foram embargadas e seus proprietários multados. O Instituto afirma que toda a madeira apreendida seria suficiente para ser transportada em 175 caminhões.

Essa é mais uma grande operação de combate a crimes contra a floresta realizada em menos de um mês no Pará. A Polícia Federal deflagrou, no primeiro dia de julho, a Operação Rios Voadores, que teve como objetivo a desarticulação de um grupo criminoso que tinha como foco a retirada ilegal de madeiras nobres e a destruição, por meio do fogo, das áreas onde estas árvores eram retiradas.

Segundo as investigações, a quadrilha movimentou quase R$ 2 bilhões com a venda da madeira retirada num período de três anos. Ao todo, mais de 10 mil hectares de floresta foram destruídos no município de Altamira.

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Foto meramente ilustrativa

“Não há dúvidas de que nós estamos diante da maior organização criminosa que atua promovendo o desmatamento ilegal na Amazônia brasileira”, disse, à época, o delegado Yuri Oliveira durante coletiva de imprensa em Belém.

Além do Pará, a organização atuava em São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Santa Catarina. De acordo com a PF, o grupo utilizava de mão de obra de trabalhadores que atuavam em condições análogas à de escravidão.

Os trabalhadores só recebiam os pagamentos após a conclusão dos serviços. Para evitar a detecção do desmatamento pelos satélites, o grupo fazia a retirada de árvores abaixo daquelas de grande copa. Espalhados por vários pontos diferentes da floresta, os acampamentos foram responsáveis por técnicas de derrubada conhecidas como “desmatamento multiponto” ou “desmatamento cupim”.

Após a retirar as árvores e ”limpar” a área com fogo, o grupo plantava capim para usá-la como pastagem para o gado. De acordo com Yuri Oliveira, o total desmatado chegou ao equivalente a 8.000 mil campos de futebol, causando um prejuízo ambiental de R$ 172 milhões

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