Em depoimento ao delegado plantonista na tarde deste domingo (10), o policial rodoviário federal Frederico Torres alegou que o médico teria negado atendimento a filha. Ele está sendo acusado de ter apontado a arma de fogo para um médico do Hospital de Urgência e Emergência de Rio Branco (Huerb).
O médico Eduardo Kneip diz que não se negou a atender a vítima /Foto: ContilNet
“Cheguei e entrei pela lateral de urgência. Esperei um minuto e 30 segundos contados para atenderem minha filha, que estava com um corte grande na cabeça, e quando perguntei se iria ser atendido o médico pediu que um estagiário me atendesse. Ele me pediu que preenchesse um formulário, e eu falei que não queria ficar longe da minha filha. Foi quando eu ouvi o médico falar para o outro que não ia atender minha filha. Foi aí que puxei minha arma e falei que ele ia atender sim”, contou o policial.
Em entrevista, o médico Eduardo Kenaip falou que em nenhum momento disse que não iria atender a criança. Disse ter pedido apenas que o policial preenchesse o formulário e aguardasse fora para que a equipe atendesse a criança com privacidade.
“Pedi com educação para que ele preenchesse a ficha e aguardasse para que pudéssemos fazer o atendimento. Ele sacou a arma, apontou para mim e disse: ‘vai atender sim, se eu ficar louco, agora o que tu vai fazer?’ Eu nunca que ia imaginar que ele fosse fazer isso. Ninguém esperava”, explicou o médico.
Agente da PRF aponta arma para equipe médica no Ponto Socorro de Rio Branco
O caso está sendo apurado pelo delegado de Polícia Civil, Frederico Tostes, que deve usar as imagens do circuito interno do hospital e ouvir as testemunhas nas próximas horas.
A Redação entrou em contato com o diretor Nelis Newton, da PRF, para se posicionar sobre o ocorrido, porém ele disse ter tido conhecimento do fato há pouco tempo e afirmou não ter sido notificado de forma oficial para falar sobre assunto. Ressaltou ainda que em breve a PRF poderá fazer seu pronunciamento oficial sobre o fato.
A Secretaria Estadual de Saúde (Sesacre) deixou claro que repudia a atitude do agente que tentou coagir a equipe plantonista e se solidariza com seus profissionais.
