Sintesac emite nota a respeito da ameaça ocorrida no PS

O Sindicato dos Trabalhadores em Saúde do Estado do Acre (Sintesac), resolveu se manifestar através de nota de repúdio, sobre o fato ocorrido ontem no Hospital de Urgência e Emergência de Rio Branco (Huerb), onde um policial rodoviário federal resolveu sacar a arma e apontar em direção à equipe médica do local, que de acordo com ele se negava a atender sua filha de imediato. Depois de acalmar os ânimos, a filha do agente foi socorrida, e a equipe prestou queixa na Delegacia de Flagrantes a respeito da ameaça.

Confira a nota na íntegra:

O Sindicato dos Trabalhadores em Saúde do Estado do Acre – SINTESAC, vem a público repudiar a atitude covarde e criminosa de um membro da Polícia Rodoviária Federal que, na manhã de ontem (10), invadiu o setor de trauma do Hospital de Urgência e Emergência de Rio Branco – HUERB, apontando uma arma de fogo e ameaçando de morte a equipe plantonista, aterrorizando a todos

Ao mesmo tempo em que solidarizamo-nos para com os companheiros traumatizados pela agressão, ressaltamos que estes atos de violência física e moral têm sido uma constante nas unidades de saúde. Por isso, o SINTESAC chama a atenção da sociedade para a gravidade do que aconteceu, pois não é possível considerar os fatos como “apenas um simples excesso cometido por um pai preocupado com sua filha”, pois isso é banalizar a violência, tão ou mais grave quanto o ato em si, pois expõem os profissionais da saúde a um cenário obscuro, aonde passam a ser vítimas ao exercer sua nobre missão: salvar vidas!

Ressalte-se que, ao contrário do que foi divulgado, em nenhum momento a filha do agressor foi tratada com descaso. Todos os procedimentos relativos aos cuidados médicos foram adotados dentro dos protocolos de atendimento. E é preciso destacar que o descontrole do agressor deu-se em virtude da recusar dele em sair da sala de trauma para ir no setor de acolhimento fazer o necessário Boletim de Emergência.

O SINTESAC afirma com veemência que os servidores da saúde não podem carregar sobre seus ombros a responsabilidade da deficiência dos SUS, sobretudo por estes mesmos servidores também sofrerem na pele quando adoecem, dado também serem usuários do SUS, e, ao contrário do pensamento comum, não possuem nenhum privilégio no atendimento por serem servidores da saúde.

A questão reside em até que ponto iremos chegar se cada pessoa que se sentir injustiçada com os serviços públicos resolver apontar uma pistola para a cabeça dos servidores? Qual será a próxima fase dessa história? Qual será a próxima manchete nos jornais? Este não foi um caso isolado.

O sindicato conclama todos a fazer uma profunda reflexão.

A SESACRE precisa fazer muito mais do que soltar uma simples nota. Precisa tomar medidas que garantam a segurança dos profissionais que atuam nas unidades de saúde. Profissionais estes sob responsabilidade dela, SESACRE.

O Sintesac infoma estar todas as medidas cabíveis para se assegurar que essa situação lamentável não seja engavetada, bem como contamos com o apoio da Administração Pública para garantir o nosso acesso aos meios de prova, com vista a carrear os procedimentos nas esferas cível, criminal e administrativa.

João Batista Ferreira dos Santos

Presidente do SINTESAC

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