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Arthur Virgílio se alia a Eduardo Braga para concorrer à prefeitura

Por FÁBIO PONTES, DE MANAUS PARA CONTILNET

Apontado como um dos políticos mais importantes da história brasileira, Getúlio Vargas dizia sempre que, em política, não há inimigo de quem possa se aproximar, e amigo de quem não possa se distanciar. Essa máxima agora mostra toda sua validade nas eleições para a Prefeitura de Manaus. Após ser derrotado em sua busca pela reeleição para o Senado, em 2010, graças ao uso da máquina pelo ex-governador Eduardo Braga (PMDB), o agora prefeito Arthur Virgílio (PSDB) decidiu fazer aliança com seu antigo desafeto.

O acordo foi oficializado na semana passada quando Arthur lançou sua candidatura à reeleição pela mais importante prefeitura do Norte do País. Até essa formalização, contudo, o tucano precisou enfrentar desgastes e debandada de aliados, ente eles o também ex-governador e agora senador Omar Aziz (PSD).

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Convenção da aliança que uniu os dois desafetos /Foto: A Crítica

Aliado de primeira ordem do governador cassado José Melo (Pros), Aziz não aceitou a ideia de dividir palanque com Eduardo Braga. Depois de ,em junho, dizer que seu candidato oficial era Arthur Virgílio, agora o parlamentar passou a ser o principal cabo eleitoral do deputado estadual Marcelo Ramos (PR), que entra numa disputa pulverizada de candidatos de todos os matizes e gostos num colégio eleitoral complexo.

A decisão de Arthur de romper com José Melo veio após todo o desgaste político causado por sua cassação e uma enxurrada de denúncias a que responde na Justiça Eleitoral. Ao todo, são 28 processos contra Melo em tramitação no Tribunal Regional Eleitoral. A crise econômica também provoca ranhuras na imagem do governador, que precisou fechar unidades de saúde no Amazonas como forma de economizar os recursos. A medida contribuiu para aumentar ainda mais a impopularidade de Melo.

Eduardo e Arthur vão caminhar junto pela prefeitura da capital amazonense /Foto: A Crítica

Com este quadro, Arthur não teve outra opção senão a de se aliar a seu antigo desafeto político, Eduardo Braga, acusado de colocar a máquina do governo nas eleições de 2010, com o apoio do então presidente Lula, para derrotar o tucano e eleger Vanessa Grazziotin (PCdoB), como de fato aconteceu. Na eleição de 2012, a comunista foi a adversária direta de Virgílio e lutaram voto a voto até o fim do segundo turno. O tucano saiu vitorioso mesmo com o uso de toda a máquina federal beneficiando a candidatura do PCdoB.

Para ter o apoio do PMDB do presidente interino Michel Temer e tentar reduzir os danos causados por ter um governador cassado e impopular em seu palanque, o tucano preferiu passar uma borracha no passado político e seguir corretamente a cartilha deixada por Getúlio Vargas.

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