Nos últimos dias, a NASA e a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA confirmaram que o mês de junho de 2016 foi o mais quente desde o início do registro de temperaturas, em 1880. Estamos no 14º mês de recordes seguidos de altas temperaturas. Isso em si só já é um outro recorde, já que uma sequência tão longa assim ainda não havia sido observada.
“O que nos preocupa é que não antecipamos esses saltos de temperatura”, diz David Carlson, diretor do programa de pesquisas da Organização Meteorológica Mundial (OMM). “Prevíamos um aquecimento moderado em 2016, mas nada como as temperaturas que temos visto. Essas grandes elevações de temperatura e eventos extremos como enchentes se tornaram a nova norma”, constata.
A OMM também investiga se a temperatura de 54°C registrada em Kuwait no final de julho quebra os recordes de temperatura do ar medida no hemisfério leste do mundo. Se isso acontecer, esta será a segunda maior temperatura já registrada no planeta. A temperatura do ar mais alta foi registrada em 1913 no Vale da Morte, na Califórnia.
Outra indicação alarmante do aquecimento do planeta é o aumento de temperatura das águas do Oceano Ártico, que se aquece em ritmo duas vezes mais alto que os outros oceanos. “O índice de derretimento do gelo registrado no primeiro semestre de 2016 normalmente não é observado até o final do ano”, diz Carlson. Isso acontece porque as águas costumam se aquecer no final do verão, no segundo semestre, e não antes ou no início do verão no hemisfério norte.
A pergunta “o clima mudou?” deve ser substituída por: “como o clima mudou?”, alerta Carlson. [IFLScience]