De acordo com agentes, que não quiserem se identificar, o governo não manda mais nenhum pacote de café para o plantão, existe uma cantina para refeições e lanches, mas nada mais é enviado, tipo: açúcar, café, gás ou lâmpadas. Quando alguma lâmpada queima, os policiais fazem um sorteio para decidir quem do plantão vai pagar o conserto.
Outro problema é a água mineral, que não é enviada. Por isso, quem quiser tomar água durante o dia terá que tirar do próprio bolso, preço que eles pagam pelo galão. Na recepção só restou a tomada onde ficava o bebedouro, que hoje está guardado no canto de uma sala.
A sala da Polícia Militar que fica dentro da delegacia, onde são confeccionados os boletins de ocorrência, passa por uma situação um pouco pior, pois nem papel para impressão dos boletins tem, os PMs estão praticamente obrigados comprar para poder trabalhar. Semana passada um tenente fez uma doação para imprimir os boletins do dia. O bebedouro está com a garrafa virada ao contrário, porque ninguém se prontificou a comprar água.
“Não temos apoio, aparato ou suporte, estamos trabalhando porque amamos e precisamos, colocamos nossas vidas em risco pelo quê? Quem se importa com que acontece com a gente? Se nem água temos direito, até o banheiro, tem quase um ano que trabalho aqui, nunca vi um papel higiênico. Luz então, nem se fala, isso é uma vergonha! Depois quando morre algum colega fazem aquelas pompas, discursos, desfiles, mas para quê? Se nem nossos coletes são validados, todos estão fora de validade, quando indagamos, a respostas que temos é que já foi feito o pedido. Alguns oficiais que podem, pagam por um colete particular e conseguem andar em segurança, mas a gente que trabalha para sobreviver e arrisca a vida dia após dia”, desabafou um policial.