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Acre recebe Dia da Amazônia sem razões para comemorar

Por NANY DAMASCENO, DA CONTILNET

No dia 5 de Setembro é celebrado o Dia da Amazônia. O Objetivo deste dia é alcançar maior conscientização da população sobre a importância da floresta amazônica para o meio ambiente. Além disso, lembrar que a exploração dos recursos da Amazônia deve ser feita de forma sustentável, ou seja, sem agredir a natureza.

São mais de 5 milhões de quilômetros quadrados de florestas espalhados por nove países sul-americanos. A floresta amazônica ocupa aproximadamente 65% do território brasileiro. Com a interferência do Governo, em 1953 foi criado o conceito da ‘Amazônia Legal’ com o intuito de melhor planejar o desenvolvimento social e econômico da região.

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Órgãos ambienteais tem se demonstrado cada vez mais preocupados com os índices de desmatamento e queimadas presentes na Amazônia /Foto: Greepeace

Ao todo, nove Estados fazem parte da Amazônia legal, entre eles o Acre, que este ano sofreu com o baixo índice de chuva do inverno amazônico e agora, durante o verão, sofre com o grande número de queimadas.

O major Cláudio Falcão, do Corpo de Bombeiros, explica que o batalhão atende uma média de 50 ocorrências diariamente, somente em Rio Branco, neste período crítico que o Acre enfrenta. “Em dias mais críticos, já chegamos a atender 65 ocorrências. Nós temos um efetivo de 547 homens empenhados em todo o Estado, sacrificando férias e descanso para atender todas as ocorrências”.

Segundo informações do governo do Acre, em 2016 os focos de calor aumentaram se comparados aos números de 2015. De janeiro a agosto deste ano, o Estado já registrou 1.786 queimadas, entre urbanas e rurais.

Mais de 1700 focos de calor foram registrados só no estado do Acre /Foto: Reprodução

No período entre julho e agosto, o Instituto de Meio Ambiente do Acre (Imac) informou que havia aplicado mais de R$ 200 mil em multas por crimes ambientais em todo o Estado. Será isso o suficiente?

Mesmo diante de tantas campanhas contra as queimadas urbanas a fumaça ainda cobre todo o Estado, o número de pessoas com problemas respiratórios duplicam a cada dia em decorrência das queimadas.

Animais tem morrido asfixiados ou até mesmo atropelados em estradas na tentativa de fugir das queimadas /Foto: Portal da Amazônia

Com uma superfície territorial de 164.221 Km², correspondente a 4 % da amazônica brasileira e 1,9 % do território nacional, o Estado do Acre detém aproximadamente 87% de sua cobertura florestal original, com um desmatamento acumulado no período de 1988 a 2015, de 13.333 km² de seu território.

Os desmatamentos em áreas de conservação ambiental são preocupantes, justamente por esses locais terem como objetivo proteger a diversidade biológica e assegurar a sustentabilidade do uso dos recursos naturais.

O desmate ambiental para beneficiar a área da pecuária é comum nos estados do norte do Brasil /Foto: Greenpeace

A Resex – Chico Mendes possui uma área total de 926.066 KM², destes, 4.714,2 km2, foram desmatados somente em 2015. Na Resex – Cazumbá/Iracema, dos 733.233,3 km² que ocupa, 1.185,4km² também foram desmatados em 2015, segundo dados coletados no Plano de Prevenção e Controle do Desmatamento, Queimadas e Incêndios Florestais do Estado do Acre.

Mesmo assim, o governo afirma que em 2015 o Acre registrou uma redução de 10% no desmatamento ilegal. De acordo com o plano estadual, a meta é zerar essa taxa até 2018. Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o Acre ocupa a oitava posição no ranking de focos de calor dos Estados que compõem a Amazônia Legal.

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