19 de abril de 2024

“Corpo e Alma” desarticula esquema que explorava madeira ilegalmente no Acre

Em uma coletiva de imprensa, o delegado federal de Meio Ambiente e Patrimônio Histórico, Victor Negraes, explicou que o nome da Operação “Corpo e Alma” se deu a partir dos códigos utilizados pelos envolvidos no processo de negociação das madeiras ilícitas. Segundo ele, o “corpo” era a madeira e o documento que eles vendiam para os empresários era a “alma” da madeira, o que demonstrava ilegalidade no processo fraudulento.

“Toda madeira para ser explorada tem que ter uma comprovação da origem dela, e essa comprovação vem justamente do DOF. Daí então, essa associação criminosa maquiava o sistema de tal forma que dava aos olhos do mercado a aparência de que essas origens eram lícitas”, disse Negraes.

dsc_0381

Polícia Federal afirmou em coletiva que movimentação do esquema é superior R$ 3 milhões /Foto: Alamara Barros-ContilNet

Além disso, o delegado explicou como funciona o preenchimento do DOF. “Trata-se de uma documento preenchido eletronicamente, então eles preenchiam no sistema, a empresa emitia que recebia esse DOF e também dava o aceite eletronicamente, então o crédito florestal era transferido da empresa emissora para a receptora.

Era esse saldo obtido de maneira fraudulosa que a empresa receptora utilizava para “esquentar” uma madeira ilegal. “Foi na fiscalização do Ibama que foi detectado essa possível fraude e a partir daí começamos um trabalho de investigação que podem resultar em outras fases da Operação”, explicou o delegado.

Durante a coletiva, o delegado falou que esse é um esquema antigo e que, pela as investigações, pode ter dado início em 2014. Só no Acre foram cumpridos quatro mandados de prisão temporária e cinco empresas, as quais não tiveram nomes revelados, estão envolvidas.

Neste momento da deflagração, o foco maior foi no combate às transferências eletrônicas. Mas de acordo com Victor Negraes, em relação aos prejuízo e proveito do crime, os dados levantados pela área técnica da Polícia Federal identificaram que o esquema pode ter movimentado R$ 3 milhões.

“Os créditos florestais transacionados ilegalmente, segundo a área técnica também, superaram 7.000 m³, além dos danos ambientais, onde a perícia levantou um dado em que pode ter havido exploração ilegal em uma área de mais de 200 hectares, equivalente a aproximadamente a 300 campos de futebol”.

PUBLICIDADE
logo-contil-1.png

Anuncie (Publicidade)

© 2023 ContilNet Notícias – Todos os direitos reservados. Desenvolvido e hospedado por TupaHost