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Jorge diz que Marcus Alexandre deixou vermelho petista de lado para “descontaminar” campanha

Por NANY DAMASCENO, DA CONTILNET

O presidente do Senado Federal em exercício, Jorge Viana (PT/AC), convidou a imprensa acreana para uma conversa acerca do atual cenário político do Brasil nesta segunda-feira (5). Entre os assuntos tratados, o processo de impeachment de Dilma Rousseff foi destaque.

Mais uma vez o senador acreano deixou clara sua posição quanto à votação do último dia 31, quando foi oficializado o afastamento da ex-presidente. Nas palavras dele, a votação não passou de um tribunal de cartas marcadas: “Impeachment sem crime é golpe, nós fomos os juízes e a maioria se beneficiava com esta decisão de alguma forma”.

Viana afirmou também que não houve acordo para que os direitos políticos de Dilma Rousseff fossem mantidos: “Não teve qualquer acordo em nenhum momento da cassação do mandato da Dilma, seria uma hipocrisia da nossa parte”.

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Um dia após a votação, a defesa de Dilma entrou com mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal (STF), solicitando novo julgamento. Contudo, de acordo com Jorge Viana, isso não deve acontecer: “A cassação de Dilma e a sua perda de seus direitos políticos estavam juntos, mas separamos, e se recorrerem o mais provável é que o STF decida que não poderia ter sido separado e opte por nova votação, isso seria péssimo”.

Jorge Viana criticou ainda o fato de um dia após Dilma ter perdido seu mandato com base em acusações de pedaladas fiscais, foi aprovada a Lei 13.332/2016, que flexibiliza as regras para abertura de créditos suplementares sem necessidade de autorização do Congresso. “Eu acho isso o absurdo do absurdo, é uma hipocrisia”.

Novas eleições

Durante a coletiva, o senador Jorge Viana afirmou mais uma vez que o impeachment não é a solução para a atual situação política e defendeu novas eleições: “O impeachment mantém o país dividido, só uma nova eleição pacificaria. O nosso sistema político faliu, perdeu a validade. Por isso, defendo novas eleições com novas regras”.

Governo Temer

Quanto ao governo de Michel Temer, o senador acredita em um mandato difícil para o peemedebista, sem apoio se quer de sua base política. “Sobra para a população, lamentável termos um governo fragilizado como este, Temer não terá apoio nem da sua base para votação das medidas duras como, por exemplo, mexer nas regras da aposentadoria”.

Reeleição

Quando questionado sobre reeleição, Jorge Viana destacou que esta é uma realidade em grandes democracias, por isso, o Brasil deve continuar com o atual sistema. “É necessário corrigir os malefícios e criar mecanismos para que, por exemplo, a máquina pública não seja utilizada em benefício de nenhum candidato”, frisou.

Marcus Alexandre

No Acre, o candidato da frente Popular, Marcus Alexandre, adotou uma campanha na qual utiliza como cor oficial o laranja e não o tradicional vermelho petista. Além disso, eliminou a estrela que simboliza o partido, ao que parece, em uma tentativa de desvincular sua imagem à de seu partido. O Senador Jorge Viana alega ter participado desta decisão e a estratégia é exatamente essa: “Descontaminar” a campanha municipal do que está acontecendo no cenário nacional.

“Nesse momento delicado, quando a campanha começou, a presidenta estava afastada e o processo de impeachment rolando, não havia motivo para vincular a campanha municipal do Marcus à situação que acontecia nacionalmente. É preciso ter bom censo e respeito pelo cenário agora”, argumentou.

Ainda de acordo com Jorge, ele mesmo adotou esta estratégia em 1990, quando usou o laranja como cor oficial. “A cor é igual à da minha na campanha para prefeito, é uma cor simples, de baixo custo. O cartaz do Marcus é o mais simples, parecido com a administração que ele fez durante esses 4 anos”.

Eliane Sinhasique

Jorge criticou a campanha feita pela candidata Eliane Sinhasique (PMDB): “Ver a campanha da Eliane me apavora”. Segundo o senador, ela promete o que já existe e está fazendo campanha com “conversa de bêbado para delegado, fico chocado de vê-la prometer o que nem ela e nem ninguém conseguiria cumprir, essas promessas afrontam este momento de crise econômica”.

Viana continua sua crítica à peemedebista dizendo que a candidata tem feito promessas que se quer são da alçada de uma prefeitura. “Ela promete creche em lugar onde já existe e está prometendo até mesmo centro de saúde de alta complexidade, coisa que é atribuição do Governo do Estado”.

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