24 de abril de 2024

Greve dos bancários completa 4 semanas; adesão é de 56%

Cartazes de greve colocados em agência bancária em São Paulo. (Foto: REUTERS/Fernando Donasci)

Cartazes de greve colocados em agência bancária em São Paulo. (Foto: REUTERS/Fernando Donasci)

A greve dos bancários completou quatro semanas nesta terça-feira (4), com 13.245 agências e 29 centros administrativos fechados, segundo balanço da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT).

Segundo o sindicato, o número representa uma adesão de 56% da categoria.

Veja a situação em cada estado

Alagoas
Segundo o sindicato dos bancários, mais de 90% das agências estão fechadas em todo o estado. Os trabalhadores cruzaram os braços no último dia 6 para cobrar reajuste salarial e não têm previsão para voltar ao trabalho.

Amapá
No Amapá, cerca de 650 trabalhadores aderiram à paralisação, correspondendo a aproximadamente 70% dos bancários, informou o Sindicato dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Sintraf), No total, 28 agências paralisaram as atividades.

Amazonas
Apenas quatro bancos privados estão funcionando com atendimento aos clientes em Manaus.Todos os bancos públicos estão com as atividades suspensas.

Ceará
Nesta segunda-feira (3), 432 das 562 agências do Ceará permaneceram fechadas. A adesão, de 76,8% no estado, é a maior registrada desde o início da greve, segundo o Sindicato dos Bancários do Ceará.

Goiás
O Sindicato dos Bancários do Estado de Goiás calcula que a adesão chega a 75% nas unidadesda rede pública e a quase 100% na rede particular. Os bancários iniciaram a greve em Goiás no dia 6 de setembro, aderindo à paralisação nacional da categoria.

Mato Grosso
Conforme o Seeb-MT, em Mato Grosso, a greve tem adesão em mais de 270 agências em 100 cidades. Em geral, o movimento grevista estabilizou. Os bancários garantem que deixam 30% do efetivo trabalhando, no entanto, serviços de atendimento ao público não estão sendo feitos.

Maranhão
A greve dos bancários no Maranhão já dura 29 dias e continua por tempo indeterminado, segundo Sindicato dos Bancários (SEEB-MA). A classe paralisou atividades desde o dia 6 de setembro com uma mobilização na Praça Deodoro, centro da capital maranhense.

Minas Gerais
A greve dos bancários atinge 71% das agências em Belo Horizonte e outras 54 cidades de Minas Gerais, de acordo com a representação dos trabalhadores nas localidades. Ultimo balanço divulgado pelo Sindicato dos Bancários de BH e Região informa que 533 das 753 agências estavam fechadas até esta segunda-feira (3). O número de trabalhadores parados não foi divulgado.

Segundo presidente do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários de Montes Claros e região, o sindicato compreende profissionais de 124 agências, sendo que 81 estão com os serviços paralisados.

Pará
Em Santarém, oeste do Pará todas as 14 agências bancárias aderiram ao movimento nacional para exigir reajuste de 14,7%. Sem acordo, a greve continua por tempo indeterminado.

Paraná
Em todo o estado, 75% das agências bancárias permanecem fechadas, além de nove centros administrativos. A paralisação também abrange cinco financeiras. A greve não prejudicou o atendimento nos caixas eletrônicos das agências, mas aumentou o atendimento nas casas lotéricas em mais de 40%, segundo o Sindicato dos Empresários Lotéricos do Paraná (Sinlopar).

Pernambuco
De acordo com o sindicato em Pernambuco, das 625 agências existentes no estado, pelo menos 562, ou seja, 90% estão fechadas por causa da paralisação. No dia 16 de setembro, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Pernambuco conseguiu na Justiça uma liminar determinando que 30% das agências voltem a funcionar, no mínimo, duas horas por dia. Em resposta, o sindicato informou que caberia aos bancos cumprir a liminar, mobilizando os funcionários que não aderiram à greve.

A greve dos bancários afeta mais de 75% das agências de Caruaru, no Agreste de Pernambuco. A informação é do Sindicado dos Bancários do município.

Rio Grande do Norte
A greve dos bancários no Rio Grande do Norte completa quatro semanas nesta terça. De acordo com Gilberto Monteiro, coordenador geral do sindicato dos bancários do estado, foram realizadas assembleias em todo o Brasil na noite desta segunda (3), menos no Rio Grande do Norte por causa do feriado estadual em homenagem aos mártires de Cunhaú e Uruaçú.

Em Natal, muitas pessoas encontram dificuldades até para sacar dinheiro nos caixas eletrônicos. Algumas agências disponibilizam dinheiro em um número reduzido de máquinas. “Essa agência tem mais de dez caixas e só dois têm dinheiro para saque. A gente acaba enfrentando filas enormes. É um absurdo. Eu acho que os bancários têm todo o direito de fazer greve, mas pelo menos as máquinas têm que estar abastecidas com dinheiro”, disse a professora Ana Lúcia Santos.

Rio Grande do Sul
De acordo com o Sindicato dos Bancários, 1.042 agências estão fechadas em todo o Rio Grande do Sul. O sindicato diz que planeja fortalecer a mobilização em busca de uma melhor proposta dos bancos após reunião realizada com o comando nacional na segunda-feira (3).

Santa Catarina
Em Santa Catarina, as maiores adesões continuam na Grande Florianópolis, onde dois mil estão em greve, e na região Norte, com 800 adesões. Na Grande Florianópolis, dos cerca de quatro mil trabalhadores que atuam na região, ao menos dois mil estão em greve.

São Paulo
Bancários de Campinas realizaram uma assembleia no início da noite de segunda-feira (3), na sede do sindicato para avaliar a greve. Na segunda-feira, 347 locais de trabalho estavam fechados, sendo 172 em Campinas (área central e 20 bairros) e 175 em 35 das 36 cidades que fazem parte da base do sindicato. Na sexta-feira (30) havia  348 locais de trabalho fechados (173 em Campinas; 175 na região).

As agências da área de atuação do Sindicato dos Bancários de Mogi das Cruzes e região(que inclui Suzano, Poá, Biritiba Mirim e Salesópolis) estão fechadas, segundo o presidente da entidade, Francisco Cândido.

De acordo com o Sindicato dos Bancários de Sorocaba e Região, em Itapetininga (SP), 12 agências e postos de atendimentos seguem com a paralisação. Já em Avaré (SP), todos os 10 bancos permanecem sem realizar os serviços.

Ainda de acordo com o sindicato da categoria, 58 agências estão fechadas em Jundiaí e 107 na região. Já em Sorocaba, o sindicato autorizou na sexta-feira (30) o atendimento parcial de cinco agências localizadas nos bairros Wanel Ville, Campolim, Cerrado e Jardim Santa Cecília. No entanto, mais de 200 unidades continuam fechadas.

Em São José dos Campos, a adesão é de 97% segundo o último balanço do Sindicato dos Bancários feito nesta segunda-feira (3). Das 184 agências da base, 180 estão fechadas. Já em Taubaté, o últmo balanço do sindicato aponta que todas as 86 agências estavam fechadas.

Em Bragança Paulista a adesão à greve é de 87%. A entidade informou que das 54 agências da base, 47 estão fechadas. A base em Guaratinguetá mantém adesão de 83% com 53 das 61 agências da região fechadas. De acordo com o sindicato, 629 bancários aderiram ao movimento.

A greve foi ampliada nas cidades da Baixada Santista, no litoral de São Paulo. De acordo com Sindicato dos Bancários de Santos e Região (SEEB Santos), mais de 95% das agências bancárias da região estão fechadas. Entre outras reivindicações, a categoria pede reposição da inflação do período mais 5% de aumento real.

A Baixada Santista tem cerca de 4.200 trabalhadores nesta categoria. De acordo com Eneida Koury, presidente do Sindicato dos Bancários de Santos e Região (SEEB Santos), em setembro havia cerca de 90% de adesão a greve em Santos e 70% nas outras cidades da região. Agora, esse número aumentou.

A greve dos bancários completa quatro semanas nesta terça-feira (4) e afeta 129 agências da região de São Carlos (SP). Segundo os sindicatos regionais, os postos de atendimentos também estão parados. Os trabalhadores exigem reajuste salarial de 9,57%, mais 5% de aumento real e outros benefícios, mas a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) ofereceu 7%, o que foi negado pela categoria.

Cerca de 300 bancários da região de São Carlos aderiram à greve. Pelo menos 22 agências da cidade estão fechadas. Em Araraquara, 33 delas interromperam o atendimento, afirmou Lauriberto Viganon, presidente do Sindicato dos Bancários de São Carlos e região.

Rondônia
A paralisação tem provocado fila nos caixas eletrônicos de Porto Velho. Segundo o presidente do Sindicado dos Bancários e Trabalhadores do Ramo Financeiro de Rondônia (Seeb-RO), José Pinheiro, o número de adesão à greve deve aumentar.

Tocantins
De um total de 158 agências no estado, apenas 16 estão abertas, as demais aderiram à greve, tendo apenas os serviços eletrônicos funcionando.

Balanço
O maior número de agências fechadas foi registrado no dia 27 de setembro, quando 13.449 delas tiveram suas atividades paralisadas. De acordo com o Banco Central, o país tem 22.676 agências bancárias instaladas, segundo último balanço.

Até o momento, nenhuma nova rodada de negociação foi agendada para a semana.

Na quarta-feira passada, os bancários se reuniram com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), mas o encontro terminou sem acordo, e os grevistas decidiram manter a paralisação.

A greve já é mais longa do que a realizada pelos bancários no ano passado, que durou 21 dias. Segundo a Contraf-CUT, a greve mais longa da categoria na história foi em 1951 e durou 69 dias. Nos últimos anos, a mais longa foi a de 2004, com 30 dias.

Negociações
A Fenaban (que representa os bancos) ampliou na quarta-feira (28) a oferta de abono para R$ 3,5 mil, com mais 7% de reajuste, extensivo aos benefícios. Também propôs que a convenção coletiva dure dois anos, com garantia, para 2017, de reajuste pela inflação acumulada e mais 0,5% de aumento real.

Segundo a Fenabam, a proposta “garante aumento real para os rendimentos da grande maioria dos bancários e é apresentada como uma fórmula de transição, de um período de inflação alta para patamares bem mais baixos”.

A proposta, no entanto, foi recusada. A categoria já havia rejeitado a primeira proposta da Fenaban – de reajuste de 6,5% sobre os salários, a PLR e os auxílios refeição, alimentação, creche, e abono de R$ 3 mil. A proposta seguinte, também rejeitada, foi de reajuste de 7% no salário, PLR e nos auxílios refeição, alimentação, creche, além de abono de R$ 3,3 mil.

Os bancários querem reposição da inflação do período mais 5% de aumento real, valorização do piso salarial – no valor do salário mínimo calculado pelo Dieese (R$ 3.940,24 em junho) -, PLR de três salários mais R$ 8.317,90, além de outras reivindicações, como melhores condições de trabalho.

Atendimento
A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) lembra que os clientes podem usar os caixas eletrônicos para agendamento e pagamento de contas (desde que não vencidas), saques, depósitos, emissão de folhas de cheques, transferências e saques de benefícios sociais.

Nos correspondentes bancários (postos dos Correios, casas lotéricas e supermercados), é possível também pagar contas e faturas de concessionárias de serviços públicos, sacar dinheiro e benefícios e fazer depósitos, entre outros serviços.

Greve passada
A última paralisação dos bancários ocorreu em outubro do ano passado e teve duração de 21 dias, com agências de bancos públicos e privados fechadas em 24 estados e do Distrito Federal. Na ocasião, a Fenaban propôs reajuste de 10%, em resposta à reivindicação de 16% da categoria.

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