18 de abril de 2024

Pimenta: “Se Marcus não dançar a música dos ‘nanicos’, será complicado administrar”

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Marcus Alexandre pode ter problemas para administrar egos no próximo mandato /Foto: Assessoria

Terminadas as eleições municipais de 2016, os analistas ouvidos permitiram retirar algumas respostas enviadas pelo eleitorado acreano. Foi possível identificar a decadência dos caciques, os quais mais atrapalham do que ajudam.

Outro ponto é que escolhas erradas podem custar o futuro de um partido, além da quantidade de siglas, questão principal da falência do antigo Governo Federal, que já se manifesta na Câmara de Rio Branco e deve deixar bastante difícil a vida do prefeito reeleito.

Uma outra questão apontada pelos analistas é o fato do PT em Rio Branco ter conseguido se distanciar do desgaste dos escândalos nacionais. Esse distanciamento já era notado mesmo antes do início da propaganda eleitoral gratuita. Houve até mesmo um abandono da cor vermelha e do símbolo tradicional do PT, a estrela.

Mas se conseguiu eleger o maior grupo de vereadores nas várias coligações, por outro lado a conta pode ficar bem salgada, pois são sete os outros partidos da base do governo, dos quais o domínio de caciques é maior apenas no PT, PCdoB e no PSB. Assim, se o tratamento não for o adequado em termos de benesses, pelo menos cinco vereadores podem alternar ou mesmo migrar de lado.

Governabilidade complexa na capital

A governabilidade será uma razão entre a capacidade do prefeito em atender os pedidos de cargos e benesses e os votos contrários, pois o fiel da balança são os partidos considerados nanicos. O PT conta com o PCdoB e o PSB, mas nem tanto com o PDT. Ainda assim são sete votos. Por isso, terá que lutar para manter os dois votos do PSL. E apenas para ter maioria simples. Ainda tem quase duzentos candidatos não eleitos e que vão bater à porta da prefeitura e apresentar a fatura.

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A fidelidade dos vereadores, por sua vez, será testada à medida em que a situação do atual governador melhore ou piore e sejam movidos os peões para a eleição estadual. A conta da fidelidade será apresentada e dependendo da popularidade do governo, pode representar uma série de fugas e a ingovernabilidade da capital.

Mas se o PT manteve a mesma parcela de confiança dos rio-branquenses, mantendo a hegemonia na Capital, onde há a metade do eleitorado, viu seu domínio minguar à medida que se olha para o Oeste, pois diferença de votos entre o eleito e os três derrotados em Rio Branco é de apenas 18,5 mil votos.

Revolta do Iaco até o Juruá

De Sena Madureira até Marechal Thaumaturgo, passando por Cruzeiro do Sul, verificou-se uma maré de revolta contra o governo e o PT. Municípios emblemáticos, como Tarauacá e Feijó, foram perdidos mesmo com prefeitos candidatos do PT à reeleição. A oposição conseguiu cravar uma cunha e dividiu o Estado.

Nem mesmo a vitória em prefeituras simbólicas como Xapuri, Brasileia e, por tabela Epitaciolândia, há um compensação, pois nestes os votos foram muito divididos, o que indica mais uma questão pessoal do candidato. Afinal, a oposição venceu em Capixaba, Senador Guiomard e Plácido de Castro e de forma mais folgada.

Mas o raciocínio do voto pessoal também se aplica à capital, demonstrando uma perda de influência dos grandes caciques do PT, que sequer participaram com mais ênfase das campanhas.

1102Os que se fortaleceram

Mas em se tratando de caciques partidários, o peemedebista Wagner Sales é o único fortalecido, pois ainda conseguiu eleger o sucessor.

O PMDB, de forma individual, fez duas prefeituras a mais nesta eleição, totalizando seis. O partido voltou a ter protagonismo na Capital com candidato competitivo e se cacifando para a eleição ao governo.

A outra força vinda das eleições é do o PSD do senador Sergio Petecão, que fez pela primeira vez dois prefeitos. Em Tarauacá o partido dele ganhou do candidato do PT, que estava concorrendo à reeleição.

Da mesma forma, foram duas prefeituras para o PP do senador Gladson Cameli, mas o partido perdeu representação na Câmara da Capital. O PSB também fez duas prefeituras. O PROS começa a ser visto na política acreana junto com o PRP, pois ambos elegeram um prefeito cada.

A Rede, por sua vez, apostando na inovação com qualidade, prescindindo da estrela da líder máxima, Marina Silva, com um discurso bem fundamentado e com propostas atrativas, começa com o pé direito.

danc3a7a-das-cadeiras-blogdaflorestaOs que mais perderam

Mas o grande derrotado das eleições foi, sem dúvida, o PSDB, partido que protagonizou nos últimos anos uma disputa acirrada com o PT. Em 2012 possuía seis prefeitos e agora fez apenas dois e ainda viu sua chapa na Capital ser ultrapassada para o novato da Rede.

Outro derrotado foi o DEM, que tinha feito dois prefeitos em 2012 e agora não fez nenhum, perdendo em Xapuri, local onde tinha um candidato competitivo e viu seu espólio político em Rio Branco regredir, ainda que elegendo um vereador. O PR perdeu o eleito na eleição de 2012.

O PCdoB foi outro que encolheu, pois perdeu um vereador na capital e o cargo de vice prefeito desta para o PSB. Mesmo elegendo dois prefeitos, o de Jordão e o de Bujari, isso não compensa a perda.

Por sua vez, outro grupo que saiu fortemente chamuscado dessa eleição foi o da ex-deputada Antônia Lúcia, que sequer conseguiu eleger a filha como vereadora.

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