10º Simpósio Linguagens e Identidades da/na Amazônia Sul-Ocidental chega ao fim e anuncia novo ciclo para futuras edições

Após cinco dias em que pesquisadores, professores, comunidade acadêmica, estudantes de pós-graduação, dialogaram e debateram em torno do tema “Trânsitos pós-coloniais e descolonialidade de saberes e sentidos”, chega-se ao final do evento com inúmeras reflexões sobre o tema, principalmente, sobre os conceitos cristalizados e marcados pela colonização que atravessam os discursos (re)produzidos pela sociedade.

O 10º Simpósio de Linguagens e Identidade da/na Amazônia Sul-Ocidental e o 8º Colóquio Internacional “As Amazônias, as Áfricas e as Áfricas Pan-Amazônica”, realizado pelo Programa de Pós-graduação em Letras: Linguagens e Identidade da Universidade Federal do Acre (Ufac), alcançou a marca de 1266 inscritos, com apresentação de aproximadamente 500 trabalhos acadêmicos, divididos em comunicações orais − Grupos de Trabalho e Sessões Livres −, 14 minicursos e 7 oficinas.

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“Em 2014, ao término do oitavo simpósio, afirmei que este nosso congresso tinha deixado de ser um evento e passara a ser um acontecimento na vida da Universidade Federal do Acre. Agora, com o deslocamento do mesmo para a Universidade Federal de Rondônia e Universidade Federal do Pará, que o sediarão em 2017 e 2018, respectivamente, esse acontecimento se enraíza regionalmente em um encadeamento rizomático que desmonta as rotas colonizatórias de sujeitos e sentidos, invertendo os pilares do diálogo e da reflexão sobre as culturas amazônicas tornando nossos lugares de vivências e experiências em locais de enunciação decoloniais”, afirmou Gerson Albuquerque, Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Letras: Linguagem e Identidade e um dos idealizadores do Simpósio.

Bastidores

Para organizar a décima edição do simpósio, equipes foram formadas a fim de distribuir, articular e executar tarefas necessárias para o andamento do evento. Ao todo, 90 pessoas integraram a comissão de organização do simpósio, divididos em 7 equipes mais o suporte de 10 pessoas no atendimento na Secretaria Geral do evento.

“Eu não tenho dúvidas que o Secretariado Internacional das Jornadas Andinas de Literatura Latino Americana escolheram a Ufac para sediar esse evento em 2018 devido ao nosso acúmulo de experiência em organização de eventos de grande porte e ao nosso engajamento em temas contra-hegemônicos no campo da literatura, das artes, das ciências em geral, produzidos desde as muitas amazônias”, declarou uma das coordenadoras do 10º Simpósio Linguagens e Identidades da/na Amazônia Sul-Ocidental, Raquel Ishii.

A aluna do Programa de Pós-graduação em Letras: Linguagens e Identidade da Ufac e coordenadora da equipe de minicursos e oficinas, Andressa Almeida, disse que dedicação e colaboração resumem o sentimento ter experienciado a coordenação de umas das equipes mais importantes do evento: a de minicursos e oficinas. Tempo corrido, reponsabilidade com as oficinas e minicursos, segundo Andressa, aumentou a dedicação das equipes. “Foi bom ver a colaboração das equipes, monitores e dos meus colegas de turma no mestrado”, disse.

Pelo segundo ano coordenando a equipe de minicursos e oficinas, Daniele Nolasco, diz que o simpósio “é parte de algo maior”. Para ela, “fazer com que aconteça o Simpósio não é tarefa fácil. Sobretudo, porque aqueles que o conduzem, são os que de fato se importam com causa”, acrescentou.

Para Ítala Oliveira, membro da comissão de organização do simpósio, participar do evento “é sinônimo de crescimento; é entender que existem outras fronteiras e outros conhecimentos que só conseguimos ter acesso através do simpósio”.

Para Ítala, trabalhar no simpósio tem sido “gratificante”. “São nesses eventos que se entende como funciona a instituição [Ufac], a gente recebe muitos ‘nãos’ e, quando chegamos na sexta-feira e vemos que deu tudo certo, é muito importante”.

A experiência de participar do simpósio marcou, a história da mestranda Fernanda Cougo, formada pelo Programa de Pós-graduação em Letras: Linguagens e Identidade da Ufac. Cougo é de Minas Gerais e defendeu sua dissertação em fevereiro deste ano, retornando ao Acre para participar do evento.

“Participar dos simpósios foi fundamental na minha formação e desenvolvimento da minha pesquisa. O contato com diversos palestrantes [nacionais e internacionais], de diferentes lugares e em diversas áreas [do conhecimento] − indígenas, não indígenas − da Pan-Amazônia, trouxeram uma riqueza, abriram horizontes para que eu desenvolvesse minha pesquisa com qualidade e com ética”.

Em 2017, o 11º Simpósio de Linguagens e Identidade da/na Amazônia Sul-Ocidental e o 9º Colóquio Internacional “As Amazônias, as Áfricas e as Áfricas Pan-Amazônica” será realizado pela Universidade Federal de Rondônia (Unir), dando início a uma nova fase de discussões em âmbito nacional e internacional. Já a 12ª edição, terá como sede a cidade de Belém, organizada por uma das mais importantes universidades da amazônicas, a Universidade Federal do Pará.

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