17 de abril de 2024

Acreanos inovam e mergulham de cabeça na prática do hóquei subaquático

Não são muitos que conseguem jogar o hóquei subaquático. Afinal, é preciso certo grau de habilidade para acertar o disco com um taco e ainda por cima fazer o gol. Agora imagine fazer tudo isso debaixo da água.

É exatamente o que propõe o esporte, que no Brasil ainda é bastante inusitado. Em Rio Branco, o estudante de Medicina da Universidade Federal do Acre (Ufac), Marcelo Valadares é o pioneiro em trazer o esporte para o Acre, após ter se tornado adepto da prática durante um intercâmbio na Europa.

hoquei-2“A vida na Hungria não é tão fácil, os europeus são bem reservados e o hóquei subaquático me ajudou muito, porque me manteve em um grupo social, melhorou minha saúde e eu ainda pude viajar para competições”.

Criado em 1954, o esporte inglês tem regras similares às disputas na grama e no gelo. Seis participantes de cada equipe usam um taco pequeno (stick) e se alternam tocando ou carregando o disco para fazer o gol. A diferença é que o duelo é travado no fundo de uma piscina de 25m x 15m e até 3,65m de profundidade.

Os participantes não têm direito a nenhum cilindro de ar, usando apenas máscara, “pé de pato” e snorkel, o que faz com que o praticante consiga segurar ao máximo a respiração debaixo d’água e quando não aguentar mais, subir até a superfície para repor o fôlego.

“A ideia do esporte começou para entreter mergulhadores europeus que ficam sem mergulhar durante o inverno por ser muito frio. Eles praticam o Hóquei Subaquático em piscinas aquecidas e viram que deu certo. O esporte já existe há 50 anos, porém aqui no Brasil ainda é pouco praticado, apesar de ser referência em vários esportes, deveria explorar mais as modalidades aquáticas”, disse Marcelo.

Marcelo falou sobre os benefícios que o esporte pode trazer para a saúde. “O hóquei é um exercício cardiovascular muito grande, além de queimar muita energia por ser um esporte de força praticado debaixo d’água e melhorar principalmente a parte respiratória” completou.

whatsapp-image-2016-11-28-at-11-53-30Aqui em Rio Branco, o Marcelo conseguiu a piscina do Colégio Armando Nogueira para realizar os treinos, mas até agora não teve nenhum outro tipo de apoio ou incentivo para que o esporte seja difundido no Acre e com isso formar grandes atletas.

Além de proporcionar qualidade de vida, o projeto tem também finalidade social. Vários garotos de baixa renda, com faixa-etária entre 12 e 17 anos, estão tendo a oportunidade de praticar o esporte, de forma gratuita, através do projeto que começou com a garra e a coragem pelo estudante de Medicina.

“Os materiais utilizados para a prática do hóquei subaquático, são todos emprestados, doados e quando vem visitantes temos que reversar para que todos consigam jogar, pois além de serem produtos um pouco caros, não têm aqui na capital”, disse Marcelo.

O designer gráfico Francisco Araújo, mais conhecido como ‘Chicão’, praticava natação na piscina do Colégio Armando Nogueira quando surgiu a curiosidade de conhecer o hóquei subaquático, ao ver a turma praticando o esporte.

“Eu fui criado desde muito cedo na água, e conheci o hóquei durante minhas aulas de natação aqui. Eles estavam treinando e surgiu a curiosidade, de longe eu fiquei olhando e no outro dia fui procurar saber como participar e já comecei a fazer as aulas. Para quem gosta de água o hóquei subaquático é envolvente e a gente acaba viciando, sem contar que melhora muito a nossa resistência, respiração e circulação. Eu não pretendo parar mais”, disse o atleta.

O estudante de Medicina da Ufac, Phelipe Rodeiro, é chamado pelos amigos que praticam o hóquei subaquático, de Phelps, mas segundo ele, apesar de gostar muito de esportes aquáticos, o apelido não tem ligação nenhuma com o maior medalhista olímpico e fala que o esporte lhe trouxe bem estar e qualidade de vida.

“O apelido Phelps na verdade é uma abreviação do meu nome, que é escrito com “Ph”, eu nem sou tão bom quanto o Michael Phelps, nem de perto tenho a qualidade dele dentro d’água (risos). Bom, eu já tinha ouvido falar sobre o hóquei subaquático, mas nunca havia praticado, quando o Marcelo me convidou eu aceitei por ser algo diferente e divertido. Nos dois primeiros dias de treino, eu percebi que era algo muito relaxante, que me fazia bem e eu saía daqui em paz”, disse o estudante.

PUBLICIDADE
logo-contil-1.png

Anuncie (Publicidade)

© 2023 ContilNet Notícias – Todos os direitos reservados. Desenvolvido e hospedado por TupaHost