19 de abril de 2024

Após ressaca das eleições, Amazonas analisa cenário de disputas em 2018

Após o duro duelo pela Prefeitura de Manaus nesta eleição municipal entre grupos políticos que têm a mesma origem, a questão passou a ser sobre o reflexo deste pleito nas eleições de 2018, e quem será quem daqui dois anos. A primeira conclusão que pode ser tirada é a do fortalecimento do prefeito Arthur Virgílio Neto (PSDB). Ele, que teve sua candidaturas de 2010 ao Senado e de 2012 à prefeitura tendo como adversário a então máquina federal do PT, agora ressurge das cinzas.

Nos bastidores já se fala em sua possível candidatura em 2018 para o Senado. Para governador o nome do tucano seria de Eduardo Braga (PMDB), seu antigo algoz que passou a ser aliado de primeira hora. Em entrevistas, Virgilio nega que deixará a prefeitura, interrompendo o mandato pelo meio do caminho.

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Arthur nega que abandonará mandato de prefeito /Foto: Reprodução

Ainda não se sabe o que acontecerá na política do Amazonas em 2018. O governador José Melo (Pros) se “pendura” no cargo graças a recurso junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Até lá a Justiça pode manter a decisão que cassou Melo por corrupção eleitoral e dar posse ao segundo colocado: Eduardo Braga.

Enquanto isso não se define, paira a questão de como cada uma das lideranças do Estado se comportará. Uma das dúvidas é o deputado federal Silas Câmara (PRB), candidato derrotado à prefeitura de Manaus por duas vezes em 2016: uma quando ficou em terceiro lugar no primeiro turno, e depois ao apoiar Marcelo Ramos (PR) no segundo.

A ida de Câmara para o palanque de Ramos representou muito mais danos do que benefícios ao então candidato. Entre os nove concorrentes à prefeitura, o deputado federal tinha a maior rejeição por parte do eleitorado.

Marcelo Ramos já carregava o peso de ter como cabo eleitoral o cassado e impopular José Melo – a ida de Silas Câmara só agravou a situação. Tanto assim que ele teve pouca exposição no programa eleitoral. As pretensões de Câmara são o Senado. Se ele terá cacife político para conquistar uma vaga não se sabe.

Outro questionamento é sobre o futuro do próprio Marcelo Ramos. Mesmo derrotado, o jovem político de 43 anos também saiu como uma das forças eleitorais do Amazonas. Não fosse o fardo de ter apoiadores como José Melo, Silas Câmara (PR) e Serafim Corrêa (PSB), é provável que ele poderia ter virado o jogo –ou pelo menos ter colado um pouco mais em Arthur Virgílio.

Ainda mais incógnita é a esquerda amazonense, tragada em cheio pela crise vivida pelo PT em âmbito nacional, com reflexo também em terras barés. Mesmo com o candidato José Ricardo (PT), o “homem da Kombi”, sendo a grata surpresa das urnas este ano, a esquerda precisará se organizar e buscar um nome competitivo.

Por estas bandas petistas e comunistas se contentam, no máximo, com cargos no Legislativo. O ápice é a cadeira da senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB), que acabou ficando de fora desta disputa municipal depois do desgastante processo de defesa da ex-presidente Dilma Rousseff durante o impeachment no Senado.

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