Hospital de Brasileia está um caos; grávidas e bebês estariam em condições sub-humanas

Qual o motivo de até hoje o hospital Raimundo Chaar, de Brasileia, não ter sido restaurado e a nova unidade não ter sido concluída? Esta é a pergunta a ser feita ao secretário de Estado de Saúde, Gemil de Abreu Júnior, pois o hospital de cidade está em péssimas condições, correndo o risco de cair e com um forte mau cheiro por problemas na rede de esgoto.

A situação do hospital, cuja decadência já era visível há anos, se agravou na grande alagação de 2015, quando praticamente toda a cidade antiga ficou submersa.

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Enfermaria pós-cirúrgica do hospital /Foto: Reprodução

A comprovação das denúncias pode ser vista na galeria de imagens, na qual os fatos aqui relatados estão visíveis. As informações e fotos foram encaminhadas para a redação da ContilNet neste fim de semana.

Servidores denunciam falta de condições de funcionamento

Conforme revelou um trabalhador da área de saúde lotado em Brasileia, praticamente toda a rede de esgoto está exposta e os coletores estão estourados em vários pontos. A parte mais crítica é na enfermaria onde ficam as mulheres que recém deram à luz.

Segundo o informante, a exposição das parturientes a um local repleto de bactérias nocivas pode estar correlacionado com as infecções hospitalares que acometem as pacientes.

“Na maternidade tem uma fossa por trás da sala dos bebes e, quando chove, fica tudo exposto. Tem uma das enfermarias, local em que ficam as grávidas e as mulheres cirurgiadas, onde é preciso retirar as pessoas em caso de chuva”, revelou a fonte, que pediu sigilo por medo de retaliações.

Refluxo de esgoto, goteiras no centro cirúrgico e ratos

A parte hidráulica do hospital é hoje extremamente precária, com diversos vazamentos no esgoto sanitário. Quando chove, há também o refluxo hidráulico e “é uma ‘catinga’ só dentro do hospital”, conforme falou o informante.

As goteiras têm seu maior perigo justamente no bloco cirúrgico, onde água escorre pelas paredes na entrada da unidade. Nas fotos, é possível ser ver a marca da água e os fungos já instalados na parede. Além disso, o forro no local de parada das ambulâncias está caindo.

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Fossa estourada, ao lado da enfermaria pós-cirúrgica /Foto: Reprodução

Outra exposição à contaminação ocorre a cada chuva, pois é grande a quantidade de baratas, sapos e ratos nas partes internas e externas. Até mesmo cobras foram encontradas. “Onde está a vigilância sanitária?”, questionou o servidor.

Unidade corre o risco de desabar

Para os profissionais da área de Saúde que trabalham no hospital, da forma como está, se houver uma nova alagação, o hospital vai desabar. Conforme as informações, o resultado da última enchente foram também paredes rachadas, portas estragadas, bem como goteiras aos montes e distribuídas por diversas salas.

A segurança interna é precária, com diversos buracos onde o muro ainda resiste e falhas no restante do isolamento da parte interna da unidade de saúde. Até a cerca que separa o terreno do hospital e a rua ao fundo está caindo.

Sistema elétrico exposto e lavanderia aberta

O sistema elétrico também é ruim, quando funciona. Uma parte considerável das tomadas disponíveis está com a fiação exposta e sob risco de incêndio e choques. A porta de acesso da lavanderia ao pátio interno está podre e aos pedaços, sem a menor segurança de acesso às demais dependências internas do hospital.

Na lavanderia existem outros problemas, notadamente com a segurança. Neste setor um buraco foi aberto na parede lateral externa para a entrada de uma máquina de lavar, mas depois de um ano ainda não foi fechado, deixando tudo exposto.

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Estrutura física da unidade visivelmente comprometida /Foto: Reprodução

Novo hospital ainda não foi concluído

Segundo os servidores daquela casa de saúde, o novo hospital está levantado, mas não concluído. E isso tudo com a verba liberada e não utilizada. As informações dão conta de ter a firma paralisado a obra por falta de pagamento. Algum tempo depois, os serviços foram retomados, mas de forma muito lenta, não havendo prazo para a entrega.

No último fim de semana, o secretário de saúde esteve visitando a unidade de saúde Raimundo Chaar, onde fez vários registros fotográficos. Contudo, não foi informado aos servidores qual a atitude a ser tomada em relação à falta de condições de trabalho e de segurança à saúde dos pacientes.

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