O presidente nacional do Solidariedade, deputado federal “Paulinho da Força”, revelou nesta quarta-feira (23) que a nova presidente do partido no Estado do Acre, Márcia Bitar, terá todo o apoio da direção nacional. O objetivo é estruturar a agremiação política e viabilizar uma forte chapa para concorrer a deputado estadual, além de eleger ao menos um deputado federal.m termos de candidatura majoritária, o Solidariedade vai estar coligado com o PSDB e outros partidos de oposição no Acre. A presidente do partido, Márcia Bittar, disse que já organizou o diretório regional e a partir da próxima semana pretende percorrer todos os municípios em busca de lideranças e militantes.
“É um grande desafio fazer parte do Solidariedade. Vamos percorrer o Estado todo para ver como está a situação da sigla e abrir um núcleo em cada um dos municípios. Junto comigo estarão os ex-vereadores de Rio Branco, Josemir Anute e Alba Tomaz, além de outras pessoas tão importantes quanto estes, com as quais vamos reconstruir o partido”, afirmou Márcia Bittar.
A nova presidente do Solidariedade revelou que hoje a orientação da presidência nacional é montar uma boa chapa estadual e a prioridade é tentar eleger um deputado federal. Perguntada sobre sua saída do PSDB, Márcia disse que não houve qualquer mágoa ou problema: “Tenho um grande carinho pelo partido. No PSDB estão muitos amigos que eu filiei e ainda estão lá, além do meu marido e do meu filho”.
Márcia revelou ter convicção de que na próxima eleição o Solidariedade estará junto com os demais partidos de oposição ao PT no Acre: “Tenho certeza de que estaremos juntos, o PP do nosso futuro governador Gladson Cameli, o PMDB de Flaviano Melo, o PSD de Petecão, o DEM do Bocalom, enfim, todos os partidos que estão ou estiverem na oposição na próxima eleição”.
Em entrevista exclusiva, Paulinho da Força abordou diversos assuntos relativos à política nacional e também à própria questão da política acreana, com foco à luta dele na defenestração do PT em todo o Brasil.
Qual a atual situação política da Câmara Federal?
Existem hoje três grupos na Câmara Federal: um com PSDB, DEM e PPS, outro grande grupo com PMDB, PP, PR e o Solidariedade, dentre outros, e um terceiro com PT, PCdoB, PSOL e Rede. Os dois primeiros estão na base de sustentação e isso tem funcionado muito bem, garantido a governabilidade. Nessa luta, o deputado Rodrigo Maia tem sido um grande parceiro de todos e um democrata ao discutir previamente a pauta de votação de cada semana. Um dos resultados foi a recentemente votação da PEC do teto dos gastos públicos, pois sem essa parceria o país não teria saída.
Como está o trabalho parlamentar?
A Câmara Federal tem dado uma boa resposta às demandas políticas. Este ano ainda tem outros assuntos importantes, como o orçamento. Mas ainda não conseguimos destravar a questão econômica, pois haviam três crises profundas da Dilma, a política, com falta de apoio no congresso, a econômica, com uma queda violenta do PIB, com o desemprego e recessão e, ainda, a terceira crise oriunda da corrupção.
Existe expectativa de melhoras na economia?
A economia começa a dar sinais de melhora, com queda de juros e controle da inflação, com o congresso já dando respostas positivas às demandas. Mesmo assim, não acredito que o governo Temer será maravilhoso, mas pode ser fundamental para recompor os desastres do PT no país. E para isso, contará com o apoio do Congresso.
E quanto ao combate à corrupção e a geração de empregos?
A crise de corrupção ainda pode demorar para se resolvida. Mas acredito que a recomposição dos empregos e da economia deverá se dar a partir de abril de 2017. Ou seja, já começamos a sair do buraco e vejo um pequeno crescimento no ano que vem.
Como está a situação para a eleição da presidência da Câmara?
A eleição da Câmara começa a se desenhar agora, com o Rodrigo [Maia] se lançando candidato. Existem outros nomes como o Jovair [Arantes, PTB], o Rogério [Rosso, PSD], Agnaldo [Ribeiro, PP]. Também não está definido se o Rodrigo poderá ser candidato a reeleição, pois há um entendimento de que ele não pode. Tudo deve começar a se definir lá pelo dia 15 de dezembro, com o início da campanha, a eleição será em primeiro de fevereiro de 2017.
Como está a disputa para a presidência da Câmara?
Vejo como uma disputa dentro da base, pois o grupo hoje na oposição é capitaneado pelo PT, mas não tem força para disputar coisa alguma. O PT e os outros partidos que o apoiam não têm sequer 100 votos, sendo uma oposição que não tem condições de marcar posição.
Como o Solidariedade pretende se comportar para as eleições de 2018?
Estamos organizando o partido no Brasil, um exemplo é a reestruturação do Solidariedade no Acre, com uma grande aliança. Pretendemos eleger um deputado federal e ajudar a ganhar o Governo do Estado. Isso é importante para o Acre e para o Brasil. Em âmbito federal, estamos juntos com o PSDB e o Aécio Neves.
Como fica a questão relativa ao PT?
Os resquícios do PT ainda existem no Acre e precisamos limpar o Brasil deles e, para isso, temos de varrer o PT também do Acre. Em São Paulo praticamente nos livramos deles, pois elegeram apenas oito prefeitos em todo o Estado.
A luta é então contra o PT?
Queremos destronar o PT no Acre, o último bastião deles em todo o Brasil. Para limpar o Brasil do PT, temos de tira-los do poder no Acre. Por isso a articulação com o PSDB e outros partidos. Para 2018, acredito que muitas coisas podem acontecer, principalmente em relação à corrupção petista.
Como o Solidariedade se comporta no congresso?
Atualmente estamos com o PSDB e apoiamos o Aécio em 2014. Aqui no Congresso conseguimos avançar o impeachment e derrubar a Dilma. Afinal, o resultado do PT no governo foi um rombo de R$ 170 bilhões, além dos problemas econômicos para o país, com reflexos em todos os Estados.
Qual a importância de Márcia Bitar para o Solidariedade no Acre?
A vinda da Márcia Bitar, nossa presidente do Solidariedade no Estado, foi muito importante. Primeiro por ser mulher e em segundo por ser uma pessoa digna e com toda uma história política, com capacidade. Ela poderá representar bem o Solidariedade. Ela terá todo o apoio da direção nacional para reestruturar o partido e nos tornar fortes no Acre. Para viabilizar isso, nós temos uma aliança com o Marcio Bitar e o senador Gladson Cameli. Com a Márcia comandando o Solidariedade, esperamos merecer a confiança da população.
A luta sindical não se choca com o governo?
Sou sindicalista, metalúrgico e estou deputado na base do governo. Sei que o País precisa de reformas, mas não aceito que tirem direitos dos trabalhadores. Esse é o caso da reforma da Previdência, pois quem já está no mercado não pode perder seus direitos. Se o governo quer fazer reforma, estamos abertos para discutir, até por ser grave o problema. Mas se chegam e impõem para quem tem menos de 50 anos ter de trabalhar mais 15 anos e para os com mais de 50 a metade disso, não aceito. Aí terá que enfrentar greve e movimento sindical. São coisas que eu não aceito e vou à luta. Independentemente de ser da base de sustentação do governo ou não.