25 de abril de 2024

Embaixador russo é morto a tiros na Turquia

O embaixador russo em Ancara (Turquia), Andrei Karlov, morreu nesta segunda-feira ao ser alvejado por um agressor de 22 anos, segundo confirmou o Ministério das Relações Exteriores da Rússia. O diplomata foi atacado durante uma visita a uma exposição de fotografias, A Rússia Vista pelos Turcos, na capital turca, segundo imagens emitidas pelos canais de TV locais. O agressor, um policial de 22 anos identificado como Mevlüt Mert Altintas, gritou “Alá é grande, Alá é grande. Aleppo, vingança”, como se pode escutar no vídeo do incidente. Outras três pessoas ficaram feridas, e o autor dos disparos foi morto pelas forças de segurança turcas, informou o canal russo NTV.

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As fontes da embaixada russa em Ancara indicavam, logo nos minutos seguintes ao ocorrido, que podia se tratar de um ataque de radicais islamistas. O incidente ocorre na véspera de uma reunião em Moscou entre os ministros de Relações Exteriores da Rússia, Irã e Turquia para tratar do cessar-fogo em Aleppo, norte da Síria.

O agressor chegou ao Centro de Arte Contemporânea de Cankaya, em Ancara, vestido com uniforme de guarda de segurança, informou o jornal Hürriyet.

De acordo a imprensa local, o assassino gritou “Não esqueçam de Aleppo! Não esqueçam a Síria! Enquanto nossos irmãos não estiverem a salvo, não desfrutarão de segurança”. “Quem quer que compartilhe essa opressão pagará por ela um a um”, afirmou. “Só morto me levarão daqui”, acrescentou. A seguir foi abatido pelas forças especiais da policial.

Mevlüt Mert Altintas nasceu em 1994 na cidade de Soke, na província de Aydin, na parte ocidental do país. Se graduou na escola de policial de Esmirna (oeste do país) em 2014, informa o diário Yeni Safak, próximo ao Governo islamista de Turquia.

O embaixador Andrei Karlov nasceu em 1954 em Moscou e trabalhava na embaixada russa na Turquia desde julho de 2013. Antes, havia sido embaixador na Coreia do Sul.

Rússia e Turquia retomavam, pouco a pouco, sua relação após o congelamento de suas relações quando o exército turco derrubou um avião de combate russo em 2015. O presidente Recep Tayyip Erdogan ligou para seu homólogo russo, Vladimir Putin, para lhe dar detalhes sobre o atentado, informou o porta-voz da presidência turca.

Em um comunicado, o Ministério de Relações Exteriores de Turquia assinalou que este “depreciável ato terrorista” não deve “obscurecer” a amizade entre Rússia e Turquia.

O prefeito de Ancara, Melih Gokcek, considerou que o objetivo do ataque era afrontar aos dois países. “Sem dúvida alguma, este atentado aspira a colocar a perder as relações”, declarou a NTV. Enquanto o embaixador russo era assassinado, o ministro de Exteriores turco, Mevlüt Çavucoglu, viajava em avião para Moscou para analisar a frágil trégua em Aleppo.

Um ataque “desprezível”

O ministro de Relações Exteriores do Reino Unido, Boris Johnson, condenou o ataque “covarde” e “desprezível”. “Comovido ao me inteirar do desprezível assassinato do embaixador russo na Turquia. Meus pensamentos estão com sua família”, disse o chefe da diplomacia britânica em uma mensagem nas redes sociais.

O primeiro-ministro da Itália, Paolo Gentile, acrescentou que se trata de um “horrendo” assassinato. O chefe da diplomacia italiana, Angelino Alfano, transmitiu ao embaixador russo em Roma, Sergey Razov, sua “profunda indignação e forte condenação”.

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