A presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Acre (Sinteac), professora Rosana Nascimento, avaliou como positivo o ano de 2016 e afirmou estar a categoria ainda mais forte no próximo ano. A sindicalista disse ainda ter sido um ano de muitas lutas e várias conquistas por parte dos servidores da educação e espera que o governo cumpra com a promessa de aumento nos salários dos servidores. Veja a entrevista concedida com exclusividade à ContilNet:
Ano de luta e vantagens
Nós lutamos muito pelo trabalhadores em Educação e conseguimos manter direitos dos filiados, como a manutenção dos acordos após uma greve muito intensa e desgastante. Mas a nossa expectativa agora é de que isso não se reverta e as promessas sejam cumpridas.
A reeleição
Reeleição é sempre um processo difícil. Nunca sabemos se o nosso trabalho será aprovado pela base. Mas mesmo assim, contra toda a estrutura do governo e dos partidos da Frente Popular, conseguimos vencer em praticamente em todos os municípios. Perdemos apenas em Feijó, por sete votos, em Jordão, com cinco votos. Em Cruzeiro do Sul, onde mesmo perdendo nós avaliamos positivamente, saltamos de 60 para mais de 300 votos. Isso mesmo com o nosso vice sendo de Cruzeiro do Sul, o qual tivemos de substituir e ainda assim ampliamos os votos.
As finanças do Sinteac
No primeiro mandato tivemos problemas de desvios de recursos por parte de um membro da diretoria. Mas identificamos o problema e afastamos a diretora. Com muito trabalho conseguimos pagar todas as dívidas deixadas pelo desvio e estamos em dias com os fornecedores, com crédito no mercado. É claro que no fim de ano a coisa apertou, com o pagamento do 13° dos trabalhadores, festa para os servidores com um carro como prêmio e também pagamos as despesas dos delegados para o congresso da CNTE. Mas tudo dentro do planejado e sem deixar dívidas impagáveis.
A disputa com o Simproacre
O Simproacre é um grupo político apoiado pelo Governo do Estado. Eles têm ido aos municípios, mas não tem recebido respaldo. Hoje toda a luta deles não resultou em perdas para o Sinteac, pois estamos em franco crescimento, com novas filiações constantes. O servidor entendeu o histórico do Sinteac e os mais de 50 anos de história.
Ainda assim, entramos com uma denúncia no MPF e na Justiça do Trabalho, tendo esta encaminhado para a Polícia Federal [PF]. Também registramos também uma notícia crime na Polícia Civil e esta enviou o caso para a PF, por ser atribuição federal. Em todos os casos, provamos as falsificações de documentos de fundação do sindicato deles. Agora é esperar a Justiça avaliar as falsificações da Ata de fundação e da lista de presenças.
As expectativas para 2017
Em 2017, esperamos que a vida melhore e mude a postura de perseguições contra os trabalhadores. Tem estas mudanças na lei, tirando os direitos dos servidores, praticamente acabando com a aposentadoria, congelando os concursos por muitos anos, bem como investimentos na Saúde, Segurança, Educação e ações sociais, com os Estados seguindo a orientação federal.
Isso tem de ser revisto e vamos à luta no próximo ano. Para fazer frente a isso, a classe trabalhadora precisa ir à luta e defender os seus direitos. Precisamos fazer valer o que está CLT, pois querem fazer valer o negociado sobre o legislado. Por isso o ano também deve ser de muita luta.
O aumento dos professores
Ao longo dos anos aprendemos que o trabalhador nunca deve confiar no patrão, mas, neste caso do aumento dos servidores da Educação, esperamos que o governo mantenha a palavra empenhada. Mas sabemos ser isso pela força da nossa categoria e o peso de nosso sindicato e não por ser o governo bonzinho. Por isso acreditamos que o reajuste vai ser enviado à Assembleia Legislativa e aprovado. Mesmo assim, vamos acompanhar de perto a tramitação da lei na Aleac e no dia da votação vamos acampar lá. E também não aceitamos a retirada da sexta parte.
Aumento de contribuição social
Essa história do aumento da contribuição social não é surpresa, pois é uma exigência do Governo Federal para enviar recursos da repatriação para os Estados. É um pacote que os governos vão querer aceitar. Mas nós vamos lutar contra esta proposta e pressionar os parlamentares e a Secretaria de Educação. Afinal, o que contribuímos já é o suficiente e o Estado é quem deve ampliar a contribuição dele para o fundo previdenciário. Não vamos aceitar mais ataques aos nossos salários.