A onda de assassinatos e atendados contra servidores do sistema penitenciário do Estado do Acre vem causando medo em alguns de seus pares na Capital. “As facções estão fazendo com que os agentes se mudem de suas casas” disse José Janes, presidente da Associação da categoria.
A suposta execução do agente penitenciário Romário Cavalcante, com 17 tiros, aumentou ainda mais o terror entre os familiares dos agentes. Janes, em entrevista à ContilNet, revelou que semana passada: “Queimaram carros de um agente nosso, deram tiro contra outra residência, eles não estão dando trégua”, acrescentou.
Preocupado, o sindicato dos agentes chegou a ameaçar, com base na legislação, a suspensão da visita íntima no presídio Francisco de Oliveira Conde (FOC). A associação defende que a visita íntima vem ocorrendo sem a segurança necessária. A regalia, segundo alguns operadores de segurança, seria um dos fatores de manutenção da conexão do presidiário com o mundo exterior.
Por telefone, o diretor do presídio, Rames, negou qualquer possibilidade ou diálogo nesse sentido. Rames passou toda a manhã em reunião no Batalhão de Operações Especiais (BOPE) tratando sobre o sistema carcerário.
Após o assassinato e os ataques às residências na Vila do V, na madrugada desta quarta-feira (22), o Governo do Acre anunciou a assinatura de contrato com a empresa Polsec, para manter a prestação de serviços contínuos de Bloqueio de Sinais de Radiocomunicadores (BSR), por meio de uma Solução de BSR, abrangendo todos os recursos logísticos, tecnológicos, infraestrutura necessários ao seu perfeito funcionamento.
Mas para a associação dos agentes isso não será suficiente, eles defendem medidas pontuais e enérgicas pelo estado para garantir um clima de tranquilidade em todo o estado do Acre. Janes afirmou que na manhã desta quarta, “ficou todo mundo perdido”. Ele trabalhou durante toda manhã na logística para o funeral de Romário Cavalcante.