25 de abril de 2024

Soldado dispara em suspeito no Museu do Louvre; governo vê caráter terrorista

Polícia isolou a área próxima do Museu do Louvre (Foto: Thibault Camus/AP)

Um soldado francês disparou contra um homem armado com um facão no Carrousel do Louvre, que é o centro comercial subterrâneo do museu, em Paris, na manhã desta sexta-feira (3). O homem chegou a agredir um militar, o que o governo francês chamou de um “visível” ataque de caráter terrorista.

Um grupo de quatro militares da Operação Sentinelle fazia a vigilância do museu quando um homem foi na direção deles gritando “Allahu Akbar” (“Alá é grande”, em árabe), segundo a polícia francesa. Um dos militares ficou ferido no couro cabeludo e outro reagiu. Foram dados cinco disparos contra o homem armado.

O suspeito foi atingido na barriga e ficou gravemente ferido, mas permaneceu consciente, de acordo com o jornal francês “Le Monde”. Sua identidade ainda não é conhecida. O jornal “Le Monde” diz ainda que ele levava dois facões, mas não tinha explosivos. Um segundo suspeito foi detido, mas a polícia ainda não sabe se ele tem alguma relação com o ataque.

O primeiro-ministro francês, Bernard Cazeneuve, disse que a agressão no Louvre é um “visível” ataque de caráter terrorista. Para o Ministério do Interior, o incidente é considerado grave.

O chefe da polícia de Paris afirmou que observações levam a acreditar que o homem queria realizar um ato terrorista. “Estamos lidando com um ataque de um indivíduo que era claramente agressivo e representava uma ameaça direta, e cujos comentários nos levam a pensar que ele gostaria de ter realizado um ataque terrorista”, disse o chefe da força policial da capital francesa, Michel Cadot.

O museu foi esvaziado e a polícia restringiu o acesso ao estabelecimento, no centro da capital francesa. Por medida de segurança, a estação Palais Royal Musée du Louvre, da Linha 1, foi fechada.

O público que estava no museu no momento do ataque, cerca de mil pessoas, foi mantido afastado e confinado em uma parte segura do prédio, segundo o jornal francês “Libération”. A retirada dos visitantes já foi concluída. A área ao redor do museu, que atrai diariamente milhares de visitantes, foi isolada pela polícia, informou um jornalista da AFP.

Investigações
O gabinete antiterror abriu uma investigação, segundo a Procuradoria. O ataque aconteceu em um contexto de forte ameaça extremista islâmica na França, atingida por uma série de ataques jihadistas sem precedentes nos últimos dois anos.

O presidente François Hollande, que participa nesta manhã do encontra dos chefes de estado da União Europeia, em Malta, parabenizou a atuação dos militares. “Eu felicito a coragem e a determinação de que fizeram prova os militares, nesta manhã, no Carrousel du Louvre”, afirmou no Twitter.

A prefeita de Paris, Anne Hidalgo, visitou o local e elogiou a atuação do militar. “Em um contexto de ameaça terrorista, que atinge todas as metrópoles do mundo, nós pudemos constatar a eficácia e a pertinência dos dispositivos de segurança colocados em prática em Paris”, afirmou.

Antes mesmo que a identidade do suspeito de atacar o policial no Louvre seja divulgada, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que “um terrorista islâmico” atacou o museu. “Um novo terrorista islâmico radical acaba de atacar no Museu do Louvre em Paris. Turistas ficaram confinados. França é alvo outra vez. Fiquemos atentos”, disse no Twitter.

Estado de alerta
A França está sob o regime excepcional de estado de emergência desde os ataques em novembro de 2015, que deixou mais de 130 mortos em Paris. Soldados patrulham diariamente as ruas e locais turísticos da capital. Em 2016, um caminhão atropelou e matou mais de 80 pessoas que assistiam à queima de fogos em comemoração ao 14 de Julho, Dia da Bastilha, em Nice, no sul da França.

Atingida duas vezes em 2015 por ataques extremistas, a França vive com medo de novos ataques, apesar de um aparato de segurança drasticamente reforçado.

O grupo Estado Islâmico, que tem perdido terreno no Iraque e na Síria, onde proclamou um califado em 2014, ameaça regularmente a França, em retaliação à participação do país na coalizão militar internacional que combate os extremistas nos dois países.

O EI também defende ataques contra os “infiéis” sempre que possível e tenta exportar para a Europa, graças aos extremistas que retornam da Síria, com um mandato para conduzir operações em solo europeu.

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