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Acreanas participam do I Encontro Nacional de Bombeiras Militares realizado em Maceió

Por JAIRO CARIOCA, DA CONTILNET

Desde o dia 8 de marco, quarta-feira, o Corpo de Bombeiros Militares do Estado do Acre (CBMAC) está sendo representado pela sargento BM Rainae Alves de Souza e a soldado BM Larissa Carolina Alves Melo no I Encontro Nacional de Bombeiras Militares.

O encontro sediado pelo Corpo de Bombeiros de Alagoas (CBMAL) reúne bombeiras militares de todo o país e visa expandir discussões sobre o meio feminino e trocar experiências entre elas, levantando temas ligados à importância do papel da mulher na sociedade e no ambiente militar, além de assuntos ligados ao serviço operacional desempenhado pelo corpo feminino em todo o Brasil.

“Não sinto preconceito tão explícito como foi relatado por algumas bombeiras de outros Estados”, disse a bombeira Larissa

“A caserna” é um ambiente predominantemente masculino, mas que há alguns anos conta com a presença marcante de mulheres empenhadas no serviço operacional e administrativo. Assim acontece nos Corpos de Bombeiros militares de todo o País, que apesar do trabalho pesado do dia a dia, também foram ocupados por militares do sexo feminino, que quebraram paradigmas e mesmo com as diferenças, estão conquistando cada vez mais espaço.

No evento, a sargento BM Raiane teve a oportunidade de realizar apresentação sobre as adequações estruturais e necessidades femininas do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Acre. Abrahão Púpio, presidente da Associação dos Praças do Corpo de Bombeiros Militar do Acre (APRABMAC), explicou que somente no ano de 2006 foram abertas 20 vagas femininas em concurso para o cargo de soldado.

“No curso de formação de soldados de 2007, das 20 vagas ofertadas no edital do ano anterior, somente tivemos 13 mulheres matriculadas após todas as fases anteriores do concurso. Acredito que por ser inédito até então muitas jovens sequer se inscreveram para fazer a prova objetiva, ao passo que várias outras não conseguiram superar todas as demais fases do certame.”

BM Raiane teve a oportunidade de realizar apresentação sobre as adequações estruturais e necessidades femininas do CBMAC /Foto: Reprodução

Púpio explicou ainda que em 2013 foram ofertadas 50 vagas em edital, no segundo concurso que previu vagas femininas para soldado, entretanto somente 37 foram convocadas para o curso de formação. Já a turma que se formou em 2015 somente teve 2 mulheres de um total de 54 novos soldados formados. Raiane e Larissa pontuaram que todos os Estados que estão no encontro têm oficiais femininas já formadas (as 6 do Acre são ainda alunas oficiais, ou seja, aspirantes)

Quanto ao quadro de oficiais, somente em 2017 as 6 primeiras alunas oficias bombeiras combatentes iniciaram a formação em Goiânia, que durará por 2 anos. “Atualmente, de cerca de 540 bombeiros no serviço ativo, temos 51 mulheres, lotadas nas unidades de Rio Branco, Cruzeiro do Sul, Sena Madureira, Epitaciolândia, Tarauacá e Xapuri. Tivemos uma significativa evolução nos últimos 10 anos, mas as mulheres ainda são menos de 10% do nosso efetivo em atividade. Mulher no CBMAC não é mais tabu, mas ainda estamos aprendendo essa nova realidade, a instituição ainda está continuadamente em evolução quanto às questões de gênero”, destacou Púpio.

A SD BM Larissa, em atividade na corporação há quase 4 anos, disse que o evento foi importante para buscar equilíbrio, já que elas têm necessidades específicas e em todas as corporações se sente as mesmas dificuldades. Citou a falta de alojamento e banheiros adequados nos quartéis operacionais. Destacou que as mulheres, mesmo que indiretamente, sempre precisam se provar mais que os homens. E relatou que no encontro ouviu relatos de integrantes de outros Estados, que quando há destaque de mulheres na corporação houve assédio moral.

“Acredito que nesse ponto somos até adiantados. Não sinto preconceito tão explícito como foi relatado por algumas bombeiras de outros Estados. É certo que há problemas de preconceito velado, chamados de brincadeiras por alguns de nossos pares e superiores. Mas não considero tão grave.”

Por fim, as militares pontuam que há um problema relacionado aos Equipamentos de Proteção Individual (EPI), que não são adquiridos em tamanhos menores, sendo totalmente voltados para o público interno masculino, dificultando o atendimento mais eficiente, pelo EPI ajustado de modo imperfeito.

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