Ciro Gomes deve ser candidato à presidência pelo PDT e Tchê planeja chapa pura no Acre

A coluna ouve hoje o presidente do PDT no Acre, ex-deputado estadual Luiz Tchê.

PDT é o segundo maior partido da Frente Popular Acreana /Foto: Agência de NOtícias

Coluna – Presidente, o PDT, afinal, vai se decidir de uma vez por todas este ano sobre quem apoiar ano que vem para o governo, se a oposição ou vai continuar no governo?

Luiz Tchê – Essa decisão passará um pouco pela nacional. Mas posso te adiantar: vamos conhecer bem os projetos dos candidatos. Vamos acompanhar o melhor. Precisamos pensar no Acre do futuro.

Independente, então, de quem o partido vai apoiar, o PDT sai com chapa pura para estadual e federal?

Olha, nós teremos reuniões nos dias 17 e 18 próximos, com a nacional e nesses encontros muita coisa será decidida. Acho que vamos ter candidato a presidente, o Ciro, e isso pode resultar em um pedido da nacional para que tenhamos candidatos a governador e a senador aqui, mesmo assim o PDT estará sempre aberto a conversas. Alianças nunca podem ser descartadas. Mas nossa intenção é sair com chapa pura. Vamos discutir tudo isso também com o governo atual, afinal somos o segundo maior partido da Frente Popular.

Por qual razão não aconteceu a troca anunciada entre o deputado Heitor Júnior e o secretário de Pequenos Negócios, Henry Nogueira? Nogueira iria para a Assembleia Legislativa, Heitor para a secretaria, segundo o que estava combinado.

O Júnior se elegeu presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), a mais importante da Assembleia Legislativa, e preferiu ficar lá. Nada além disso.

Fumaça escura

Uma fonte ligada ao governo revelou à coluna que essa história de delegado Emylson Farias e outros nomes igualmente inexpressivos sendo colocados como prováveis candidatos a governador, ano que vem, é apenas uma cortina de fumaça para tirar o verdadeiro candidato da mira.

Bancos peitados

Diego Rodrigues, do Procon, foi lacônico à coluna, sobre os abusos dos bancos com seu clientes por meio de filas intermináveis: “Vamos trabalhar para por fim a essa história antiga de abuso”.

Partido de verdade

Marcia Bittar, presidente do Solidariedade, não entra nessa discussão, porque não pretende alfinetar nenhum antecessor, mas é uma empolgação só por ter colocado o partido, em pouco tempo, em um nível bem acima daquilo que vinha se prestando.

Fim da picada

Um sujeito lá do bairro Santa Cecília contou ao vereador Mamed Dankar (PT) que só não lhe ajudou para vereador porque um outro candidato já havia “encomendado” um grupo da região.

Homem do Banco da Amazônia

Marivaldo Melo, presidente nacional do Banco da Amazônia, chega esta semana ao Acre, onde é aguardado para decidir de uma vez se disputará as eleições de 2018. Se disputar será para deputado federal e o partido será o PSD, do senador Sérgio Petecão.

Encontro com Bocalom

Charlene Lima, a belíssima publicitária pintada como xodó da próxima eleição, tem encontro marcado com Tião Bocalom (DEM) na próxima sexta-feira (18). Ela foi convidada a se filiar no partido.

Bairro Jorge Kalume

Antigo Nari Barro Vermelho, a agora Vila Jorge Kalume, vai virar bairro de Rio Branco. Uma comissão de moradores discute com vereadores a mudança da região de rural para urbana.

Dia de São Nunca

“Sabe quando a oposição vai indicar o relator da CPI dos Transportes? Nunca!”. De um vereador da base da prefeitura.

Cartunista Francisco Braga

Presente do Braga 

Com o título “CORDEIRO DE DEUS”, ganhei esse presente do meu colega cartunista Francisco Braga, meu colega de redação no jornal O Rio Branco entre o final dos anos 1980 e início dos anos 1990. Ele hoje mora no Rio de Janeiro, mas nunca esquece dos amigos que deixou no Acre.

Veja o texto escrito por ele a seguir:

Trôpego o pé-inchado caminhava, perna-passava entre a calçada e a rua de lama procurando o rumo de casa. Ingeriu uma quantidade exagerada de álcool. Ele bebeu muito. Bebeu demais. Estava muito embriagado. Ele bebeu para carágoles. Seu rosto estava inchado. Havia hematomas em seus braços e um corte com sangue estagnado na testa. Tinha um olho roxo. Antes, o profissional da construção civil se divertiu com seus amigos do bairro e do trabalho, no mesmo boteco onde sempre ia depois da labuta diária.

Alí ele conversou muito. Ria como só os felizes podem rir. Junto com aquele que ele mais respeitava (Por ter se dado melhor na vida), querido de mais tempo, amigo de infância, tergiversou, filosofou, chorou e derramou suas mágoas e cantou seus contos e revelou suas mais íntimas verdades. Ele foi um herói naquelas horas em que entendeu e resolveu todos os quebra-cabeças do universo. Xingou os comandantes, ameaçou os desafetos. Viajou pelo mundo inteiro. Sua vida estava completada. Aí… O fim da noite cobrou seu preço.

Só, acompanhado apenas pela própria sombra que, ora o seguia, ora adiantava-se à mercê das luzes dos postes e da lua, cambaleava. Mirou o caminho que achava o mais certo para ir em frente e foi. Tal e qual os velhos navegantes, exploradores de novos lugares e riquezas além mar, ele saiu andando. E saiu pensando… E andando… E vomitando… E caindo. Deu com a cara no paralelepípedo. Doeu muito. Ele gritou e praguejou. Rolou por sobre a bosta de cachorro, se lambuzou em sua baba. Olhando para a Lua, apontou para cima e blasfemou contra o seu santo adorado. Acusou Deus!

O Evandro, meu amigo de “faz é hora”, colega jornalista desde o jornal O Rio Branco até o finado jornal Página 20, diminuiu a velocidade e parou o automóvel que me levava de carona para casa. Nós também, bebemos um bocadinho. A gente costumava bebericar algumas garrafas de cerveja após o expediente, pelos diversos botecos de Rio Branco em busca de risadas e descontração após o dia estressante de trabalho.

– Que foi? – interpelei com voz baforizada de cerveja choca, meu gentil condutor – Por que parou, parou por quê? Vai descer pra mijar? A minha casa ainda é lá acolá, abestado, no outro quarteirão… Parou aqui pra quê, bicho de chifre?

Evandro é um bom sujeito, desses caras boa praça sabe? Nunca o vi de mau humor, na verdade quando o vi zangado com algo ou alguém, sempre ostentava um largo sorriso seguido de gasguita gargalhada ao xingar e vilipendiar o cidadão ou a situação que o deixara avexado. Pelo contrário, sempre havia muita gente para falar bem de Evandro, não por falsidade, bajulação, coisas assim, não. Evandro era e é um cara bem quisto, camarada do bem “ino e voltano”.

Aquela situação estranha só determinou significativamente aquilo que eu percebia e sempre achei de meu amigo Evandro Cordeiro.

Olhou pra mim com cara de “bebim” engraçado e começou a rir. E riu, riu e eu ri junto sem saber do que estávamos rindo. Então ele desceu do carro e se dirigiu ao sujeito sentado no meio fio, quando só então eu o avistei. Cochichou-lhe algo e o ergueu pelos sovacos, bateu a poeira de suas veste com a mão, limpou-lhe a baba de vômito de suas barbas com a barra de sua própria camiseta e o trouxe até o banco traseiro. Achei, cá com meus botões: Deve ser parente dele, sei lá…

– É teu conhecido, Evandro?

– Sei lá quem é esta p****! Só sei que me disse que mora bem ali assim, depois da tua casa…

De supetão revirei no assento. Olhei para trás pra “assuntar” a cara do ébrio, vê se o conhecia da vizinhança. Aquilo era algo sui generis. Não reconheci o cara e cismei com meu amigo. Estará ele batendo a biela da cachola? Isso é coisa de doido, colocar um total estranho, embriagado até a tampa, todo imundo no banco de trás de seu automóvel!? Fiquei perplexo. Mais perplexo ainda e extremamente emocionado com a resposta que deu ao meu questionamento sobre seu ato.

– Relaxa, Braguinha… Eu pensei: quantas e quantas vezes eu, e tu também, num já passamos por uma situação dessas? Hein, Braguinha? Fala aí! Fala, Braguinha! … Como eu já desejei que alguém me botasse no carro e me levasse em casa, sem me cobrar nada, sem que eu lhe devesse nada, sequer um “muito obrigado!”…

Houve então um silêncio magnífico e enriquecedor depois disso, quebrado apenas pela nossa gargalhada ocasionada pelos roncos e peidos do inesperado e sortudo passageiro do meu admirável amigo Evandro Cordeiro de Deus, gente fina da melhor qualidade.

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