O segundo dia do júri dos acusados da morte do filho de Carlinhos de Jesus, que acontece nesta quinta-feira (16), vai ser mais difícil para o dançarino do que o primeiro. Em conversa com o G1, Carlinhos contou que precisa se preparar psicologicamente para ouvir o que vai ser falado durante os debates entre defesa e acusação.
“Vai ser doloroso. Pois hoje vão querer insinuar que meu filho era mulherengo, vão dizer que ele tinha dívida com agiota, que brigava por ciúmes da namorada. Isso tudo é muito ruim de escutar porque não é verdade. É hoje que acontece o debate entre acusação e defesa. Será uma grande batalha, e eu estou aqui para ver isso pela primeira vez, antes, só tinha visto isso em filme”, declarou Carlinhos.
O dançarino e coreógrafo Carlinhos de Jesus participou do primeiro dia do julgamento dos acusados de matarem seu filho, o músico Carlos Eduardo Mendes de Jesus, no Centro do Rio, na quarta-feira (15). Ele prestou um depoimento emocionado no Fórum. A sessão começou às 15h, no 1º Tribunal do Júri do Rio, no Fórum Central da cidade, e teve no banco dos réus os policiais militares Miguel Ângelo da Silva Medeiros e André Pedrosa dos Santos.
Carlos Eduardo, conhecido como Dudu, foi morto na madrugada do dia 19 de novembro de 2011, em Realengo, Zona Oeste do Rio.
De acordo com Carlinhos, o julgamento dos sete acusados do crime ainda não tem data para terminar. “Desmembraram o processo porque os setes não queriam ser julgados juntos. Na quarta, seriam três, mas um não pôde ser julgado por conta da greve. Mas já pude ver que o crime foi muito bem tramado, visitaram o local onde mataram meu filho para ver se tinha câmeras, um plano muito bem montado”, acrescentou.
O encontro com dois dos acusados, no primeiro dia, foi difícil, afirma o dançarino. “Falar de perda é complicado. Me deparar com os algozes com carinha de anjo é pior ainda. Quem vê fica até com pena, dá vontade de colocar no colo, mas é tudo encenação. Estão ali como se nada tivesse acontecido.”
Carlinhos espera que a justiça seja feita. “A impunidade não vai prevalecer. Não sei quantos dias isso vai levar, mas espero que todos sejam condenados e paguem em vida pelo que fizeram. Quero virar essa página. Se eles forem condenados, fecho a página e fico mais aliviado por estar sendo respeitado meu direito como cidadão”, reforçou.