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Mais recheio, menos inflação: alternativas para os tradicionais ovos de Páscoa

Por ASTORIGE CARNEIRO, DA CONTILNET

Com o fim da Quaresma, aproxima-se o domingo de Páscoa e com ele uma das maiores tradições desse evento, a tradicional compra dos ovos de Páscoa. Grandes, pequenos, com muito ou pouco recheio, com brindes ou não, o que todos possuem em comum este ano é algo que desanima a maior parte da população: os altos preços.

De acordo com uma pesquisa da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomércio/SP), os preços dos chocolates em barras e bombons subiram 12,61% nos últimos 12 meses – mesmo com a desaceleração da inflação, que acumula 4,57% de alta nos últimos 12 meses.

Segundo informações da Associação Brasileira das Indústrias de Cacau, Chocolate, Amendoim, Balas e Derivados (Abicab), na Páscoa de 2016, foram produzidas cerca de 14,3 mil toneladas de ovos e produtos de chocolate, ou seja, cerca de 58 milhões de ovos de Páscoa.

Com um consumo per capita de 2,5 kg/ano, o Brasil é o quinto maior consumidor de chocolate do mundo, com faturamento de R$ 12,4 bilhões em 2015. Este ano ainda não há uma quantidade contabilizada, mas foram lançados no mercado 120 novos produtos. Contudo, mesmo com mais variedade, as expectativas para as vendas não são otimistas. Mais de 48% dos empresários esperam vendas iguais ao do ano passado, de acordo com a Pesquisa de Páscoa do Departamento de Economia da Associação Brasileira de Supermercados (ABRAS).

Segundo Ubiracy Fonseca, presidente da Abicab, os custos elevados são consequência da complexidade que envolve a produção dos ovos, além do processo de embalagem (realizado manualmente) e do tamanho dos produtos para embalar, descritos como “mais sofisticados” que os dos chocolates da linha regular.

“Estes produtos são muito frágeis, sendo necessário adotar processos especiais de produção, logística e armazenamento com cuidados adicionais. O custo de transporte dos ovos é pelo menos o triplo dos chocolates de linha regular. Por ser oco e ocupar um espaço bem maior em relação ao seu peso, a quantidade que pode ser transportada em um caminhão, é em média um terço dos chocolates de linha”, explicou Ubiracy.

Chocolate Ostentação

Se você pensa que as ofertas nos supermercados estão fora de alcance, espere até ler sobre o Diamond Stella. Produzido pela chocolateria internacional *La Maison du Chocolat*, o ovo de Páscoa nomeado Diamond Stella, apesar de ser de chocolate, também conta com toques de requinte, tendo seus 60 centímetros de altura cravejados com 100 diamantes.

O preço? A “simples” barganha de U$ 100 mil – um valor superior a R$ 300 mil.

http://www.lamaisonduchocolat.fr/fr/

Alternativas para os chocólatras

Na capital acreana, o comércio de doces nunca teve tanta variedade. Diversos moradores de Rio Branco, por diversos motivos, decidiram investir em produções caseiras e artesanais para movimentar o mercado dos amantes de doces.

Por isso, para a Páscoa, temos o exemplo de três negócios empreendedores em Rio Branco que aderiram às ofertas para servir como alternativas aos ovos das famosas marcas de chocolate que, devido ao custo-benefício, pesam no bolso do consumidor.

CANTINHO DOCE: Com pouco mais de dois anos e mais de *1,2 mil seguidores no Instagram*, as encomendas da Cantinho Doce vieram com muitas guloseimas para essa Páscoa, destacando o principal ponto de interesse: as coxinhas de brigadeiro e morango.

“Estamos há quase três anos na produção, nossos ovos de colher e as coxinhas de morango são nosso maior sucesso. Mesmo com o desafio de trabalhar com a produção de doces, estou muito feliz com nossa demanda. Com certeza os altos custos da matéria-prima em nossa cidade dificultam um pouco, mas o negócio segue”, disse Jakeline Said, criadora da marca.

https://www.instagram.com/cantinhodoceac/

MARIA CHOCOLATTE: Criado por Bruna Ibanez, o negócio *Maria Chocolatte* começou de maneira simples: com doces em casa para os amigos, que evoluíram para encomendas de doces de aniversário (incluindo 100 cupcakes decorados para uma festa de 15 anos).

Foi na Páscoa de 2014 que a marca Maria Chocolatte surgiu. “No Acre, nosso principal desafio é comum a todos os empresários: a distância dos grandes centros fornecedores. Muitas vezes temos que confiar na boa logística dos fornecedores locais tanto na boa armazenagem desses produtos, como no prazo de entrega”, explicou Bruna.

De acordo com a criadora, a demanda aumentou e a produção ficou exclusivamente com os ovos de colher. Este ano, na páscoa que celebra três anos de criação da Maria Chocolatte, os campeões de encomendas foram os ovos de leite ninho trufado e o dois amores (metade do recheio de brigadeiro tradicional, e metade com recheio de brigadeiro branco).

https://www.instagram.com/m.chocolatte/

LA DOCERIA: Com um espaço na loja Ok Magazine (bairro Tangará) e outro recém-reformado no centro da cidade, *La Doceria* vem conquistando uma clientela fiel ao longo dos últimos anos, ampliando a oferta de doces, que agora inclui macarons e novos sabores de cupcakes.

Josy Oliveira, empreendedora da doceria, diz que, para sair do lugar comum dos ovos de chocolate, uma boa combinação é presentear com vários sabores de cupcake, ou mesmo com uma torta ou bolo para aproveitar com os amigos e famílias neste domingo de Páscoa.

“O negócio cresceu muito, e a felicidade é imensa! Nossa equipe sempre preza pela qualidade de nossos artigos, e com o novo espaço, podemos receber mais clientes e oferecer um serviço mais agradável. A delícia está no sabor dos nossos produtos e no bem-estar que procuramos proporcionar aos visitantes da loja”, disse Josy.

https://www.instagram.com/ladoceriaac/

 

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