Trecho da BR-317 entre o Acre e o Peru teria sido mais um centro de propinas para a empresa Odebrecht

A Rede Globo começou a mostrar na manhã desta segunda-feira (24) no jornal Bom Dia Brasil uma série de reportagem que vai demonstrar que a construção da BR Transoceânica, iniciada em 2005, na gestão do ex-presidente Lula, nunca se transformou no “poderoso instrumento de progresso”, mas pode ter servido como mais uma obra de propina à Odebrecht.

Os repórteres fizeram de carro um percurso de 2.620 km, desde o início da rodovia, em Rondônia, até Rio Branco, Assis Brasil e a cidade de Iñapari, no Peru. Já na primeira reportagem exibida nesta manhã, a matéria mostra que a média de circulação é de 7 veículos comerciais por hora. As autoridades peruanas revelaram que não existem produtos brasileiros chegando aos portos.

Bom Dia Brasil disse que obras na estrada podem ter sido superfaturadas /Foto: Reprodução

Ao chegarem na alfândega que concentra os órgãos federais de controle: Anvisa, Receita Federal e Polícia Federal, na fronteira entre Assis Brasil e Iñapari, outra revelação, a fronteira fica fechada no período da noite.

A série também lembrou a solenidade em que o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva prometeu que a rodovia seria “o poderoso instrumento de progresso”. A estrada foi construída com patrocínio do governo brasileiro, com o objetivo de reduzir custos, tempo de viagem e a sonhada integração com o Pacífico.

“Estamos saindo da era do discurso para era da prática” disse o presidente Lula na época. Ele também anunciou a criação de oportunidades e o resgate de populações historicamente isoladas e marginalizadas.

O resultado, segundo o Bom Dia Brasil, foi a construção da rodovia com custo bilionário, nos trechos em que as empresas brasileiras atuaram no Peru o valor quadruplicou, a obra se tornou alvo da ‘Lava Jato’ Peruana.

A reportagem foi exibida dias após a visita institucional do embaixador Peruano ao Acre. Vicente Rojas, que também percorreu de carro o trecho feito pela reportagem da TV Globo. Ele foi até Iñapari, onde assinou com o governador Tião Viana mais uma intenção de estreitamento das relações comerciais entre Brasil e Peru, por meio dos governos do Acre e Madre de Dios.

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