Angelim lamenta caos em Brasília e defende eleições diretas: : “Um dia triste para democracia”

O deputado federal Raimundo Angelim (PT-AC), em Brasília, acompanhou de perto as manifestações ocorridas na Esplanada dos Ministérios, na tarde de ontem, e, um dia após reiterar da tribuna da Câmara a defesa por imediatas eleições diretas no Brasil, lamentou que as Forças Armadas brasileiras tenham sido convocado para ir às ruas por decreto do Executivo “para garantia da lei e da ordem”, de acordo com o ato publicado no Diário Oficial da União, deste dia 24 de maio.

“Um dia triste para a democracia, quando, por ordem de um presidente ilegítimo, o Exército volta às ruas para reprimir manifestações populares. Sou contra depredações do patrimônio público e acredito que o que ocorreram foram atos isolados de um pequeno grupo, provavelmente infiltrado para manchar uma manifestação legítima e democrática”, disse.

Angelim lamentou cenas de guerra ocorridas hoje em Brasília /Foto: Assessoria

Ainda de acordo com Angelim, o que se viu na Capital Federal foi um verdadeiro estado de exceção. “Primeiro um grupo de parlamentares foi barrado e impedido de se aproximar dos manifestantes. A polícia colocou grades cercando o Congresso e não aceitou nossas argumentações. Conseguimos furar o cerco e, ao nos aproximarmos do caminhão de som, bombas de gás de pimenta foram jogadas e atingiu a todos, cerca de 80 parlamentares, entre deputados e senadores. Muitos deles se encontravam no caminhão de som”, relatou.

Os manifestos eram contra a permanência de Temer da presidência da República e por “Diretas já!”.

“Até os pombos da Praça dos Três Poderes sabem que Temer não tem mais as mínimas condições de ocupar o cargo que ocupa e a pergunta que fica é se um Congresso que elegeu Eduardo Cunha para presidi-lo e fez de Temer o mandatário da Nação pode agora ter a confiança do povo brasileiro para escolher um novo presidente em eleição indireta”, questionou Angelim.

O parlamentar do PT do Acre esclarece que não está pregando soluções fora da lei, o que defende é que o plenário da Câmara pode mudar a Constituição, dentro de total legalidade, para garantir eleições diretas e salvar a democracia brasileira.

“Não somos obrigados a engolir o roteiro montado pela Constituição de 1988, especialmente frente a um governo que não fez outra coisa senão tentar mudar esta mesma Constituição, só que para retirar direitos dos trabalhadores brasileiros, através de Reformas como a Trabalhista e a da Previdência”, ponderou.

Angelim avalia que com a grave crise institucional que o País experimenta e o aprofundamento da crise econômica, ética e política, só um Presidente legitimamente eleito pelo voto popular, será capaz de dar governabilidade e um novo rumo ao nosso País.

“Devemos aprovar rapidamente o impeachment de Temer e a PEC das Diretas Já, de forma a devolver o protagonismo a quem de direito: o povo brasileiro e as urnas soberanas. Isto sim será enfrentar a realidade sem ilusões vãs.”, concluiu.

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