A demanda internacional pela extração da borracha recrutou muitos trabalhadores nordestinos para o Acre e estes deram uma contribuição significativa às Casas Aviadoras de Manaus e Belém a partir da metade do século XIX. Nesse período houve um aumento considerável na produção da borracha e fez com que o Acre chegasse a ser o 3° maior contribuinte tributário da União, sendo a produção da borracha a 25% da exportação do Brasil.
Eles moravam no meio da floresta no dentro de um seringal em uma “colocação”, em uma casa simples feita de “paxiúba” em forma de palafitas, dormiam em redes, a iluminação era feita pela lamparina ou lampião. Não tinham geladeira, celulares de última geração nem computadores e quando morria um ente querido colocavam a “vela” nas mãos desejando um caminho de luz para aquele que partia.
Conversando com um ex-seringueiro, ele relatou que a maior dificuldade era para namorar, pois “paquerar” só em datas festivas, quando todo o povo de seringal se encontrava, daí quem era solteiro encontrava também sua cara metade.
Geralmente os encontros aconteciam no barracão onde os seringueiros compravam os gêneros de necessidade (alimentos, roupas e equipamentos), bem como servia de depósito para a borracha recolhida. Eram uma ou no máximo duas vezes ao ano os encontros. A vida desses homens e mulheres foi marcada por uma história de exemplar. Aproveitavam o ano todo para trabalhar e educar seus filhos, inclusive, a educação moral e cultural marcou a vida das gerações da época.
Talvez para as gerações consumistas e capitalistas não herdaram nada! Uma das explicações podem ser simples, a economia da extração da borracha não foi vista como Política do “Café com Leite” que visava a predominância do poder nacional por parte das oligarquias paulista e mineira, se assim fosse, seriam os ex-seringueiros hoje, grandes latifúndios e proprietários de multinacionais.