Sena Madureira tem aumento no índice da criminalidade e polícia trabalha duro para conter violência

Proporcionalmente, em nível de Estado, Sena Madureira é um dos municípios do Acre que mais sofre com o alto número de crimes, incluindo roubos, assaltos e homicídios. A terceira maior cidade do Estado, mesmo com forças de Segurança atuantes, tem índice preocupante de infrações.

De acordo com dados obtidos junto à Polícia Militar em Sena Madureira, antes do término do primeiro semestre de 2017 foram contabilizados mais de 10 homicídios, por razões variadas, incluindo crimes passionais, brigas entre facções, desavenças e tráfico de drogas. Duas mortes aconteceram após intervenção policial, configurando ação legítima de proteção dos agentes.

Além dos crimes consumados, 37 tentativas de homicídios também foram contabilizadas, na grande maioria em áreas periféricas.

Polícia Militar fazendo patrulhamento nas ruas de Sena Madureira /Foto: Sena Online

Em entrevista concedida à ContilNet na manhã desta quinta-feira (11), o major comandante do 8º Batalhão de Polícia Militar, Michel Negreiros Casagrande, afirmou que a quantidade de delitos apurados revela uma realidade social existente em todo o estado e país, entretanto, como uma gravidade maior, que assusta a população de bem e, principalmente, os que cuidam da segurança.

“Sabe-se que a violência atinge todos os polos da nação brasileira, mas, quando se fala em dados proporcionais, Sena Madureira, por ser um município ainda pequeno, tem vivido dias difíceis, de afronta ao nosso espaço. Contudo, não vamos baixar a guarda”, afirmou.

Com relação às mortes, Casagrande afirma que uma delas foi motivada por briga familiar e segue em estado de investigação criminal. A maioria das transgressões já possuem seus autores identificados, que foram penalizados sob medida judicial.

“É notório que muitos crimes aconteceram no município, mas, atuamos diretamente na resolução deles, identificando os responsáveis e tentando, sempre, de alguma forma, amenizar as intempéries causadas”, explicou.

Major comandante do 8º Batalhão de Polícia Militar, Michel Negreiros Casagrande /Foto: Reprodução/Arquivo pessoal

Michel afirma que os números são muito superiores aos do ano passado e que isso não justifica o aumento populacional, mas um desajuste social.

Armas apreendidas, tráfico e crimes de médio ou baixo potencial ofensivo

Junto aos delitos mais graves, também foram quantificados os de intensidade menor, classificados como crimes de médio ou baixo potencial ofensivo.

De acordo com o levantamento feito durante os meses de janeiro, fevereiro, março e abril de 2017, 83 armas de fogo ilegais foram apreendidas em ações policiais diversas, incluindo barreiras investigativas, denúncias e abordagens policiais.

Além dos armamentos, 128 adolescentes foram apreendidos e 272 adultos, entre homens e mulheres, foram presos e conduzidos à Delegacia de Polícia Civil do Município.

“O fluxo de pessoas presas ou apreendidas no município é contínuo, fazendo com que o nível cresça e assusta os populares”, disse.

Medidas preventivas e ações previstas

Casagrande, ao falar dos mecanismos adotados para a diminuição dos atos infracionais, enfatizou a competência dos agentes na atuação diária em combate ao crime organizado, afirmando acreditar na força e na coragem dos servidores da Segurança Pública.

“Não se combate à ação criminosa sozinho, sem uma equipe. O nosso trabalho é realizado de forma organizada, reconhecendo o potencial dos nossos guardas e atuando em cima disso”, reconheceu.

Para o comandante, sempre foi objetivo de sua gestão, intensificar o olhar investigativo, aprimorando os serviços e combatendo o que chamou de “forças contrárias”.

“É difícil, mas não impossível”, disse o major sobre o combate ao crime /Foto: Sena Online

“É difícil, mas não impossível. Estamos lidando com uma coisa que está impregnada em todo o país, mas que não é maior do que nossas forças. Oferecemos as nossas mãos, que estão dadas à comunidade”, afirmou.

Ao final da entrevista, Casagrande disse que medidas a nível nacional devem ser tomadas para melhorar a situação não apenas do município, mas de todo o Brasil, que vive num prejuízo, quanto à Segurança Pública.

“É necessário pensar nessa problematização em nível nacional, pois é algo que vai além de fiscalizações realizadas em estradas ou residências. O problema é sério e agrava o público de todo o país”, concluiu.

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