É praticamente consensual que uma das maiores prioridades de uma sociedade deve ser a educação. No Acre e em Rio Branco a educação é tratada como ferramenta de emancipação e inclusão social. Um conjunto de ações articuladas à tecnologia estão contribuindo para que Rio Branco se torne a cada dia uma cidade mais inovadora e inteligente.
Desde os primeiros mandatos de nosso projeto político na prefeitura e no governo muito se avançou na estrutura das escolas e valorização dos professores, o que já se refletiu em bons índices nas últimas avaliações do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB). As primeiras séries da educação fundamental em Rio Branco, por exemplo, alcançaram o quarto lugar no IDEB de 2015. Entendendo que a educação pública deve abrir caminhos para a emancipação e crescimento profissional em uma sociedade em constante transformação, alguns projetos nos últimos anos vêm inovando ao ampliar o escopo das ações educativas.
Desde 2011 o Centro de Estudo de Línguas da secretaria estadual de educação oferece, prioritariamente aos alunos da rede pública, cursos de inglês, espanhol, francês e italiano. A aprendizagem de um segundo idioma é fundamental em um mundo a cada dia mais conectado, sobretudo em nossa região de fronteira. Essa iniciativa democratiza a aprendizagem de outras línguas, o que é muito importante para a inserção dos jovens no mundo do trabalho e acadêmico. Desde a sua criação o Centro de Línguas já atendeu em seus cursos mais de 32 mil alunos em Rio Branco, Cruzeiro do Sul, Brasiléia e Epitaciolândia, um resultado impressionante.
Um pouco mais recente é a criação, em 2014, do Instituto de Matemática, Ciências e Filosofia (IMCF), também ligado à secretaria estadual de educação. Este instituto oferece também atividades educacionais inovadoras aos alunos da rede pública no contraturno de suas atividades curriculares. São diversos cursos que articulam conteúdos básicos de matemática, ciências e filosofia com questões práticas do dia a dia dos alunos, como por exemplo: matemática por meio da prática do xadrez; a química trabalhada por meio da problemática das drogas. Tudo isso com uso da informática, mas sem esquecer a base filosófica dos conhecimentos humanos. Em tão pouco tempo de existência, o IMCF já alcançou mais de 18 mil alunos em seus diversos e criativos cursos.
No plano municipal, a política educacional de Rio Branco tem se tornado referência por priorizar as relações humanas, tanto na formação do professor, quanto na inserção da educação socioemocional como conteúdo curricular. Isso contribui para gerar uma cultura de paz e para boas relações. Este trabalho foi iniciado no tempo em que fui prefeito da capital e vem sendo levado adiante pelo prefeito Marcus Alexandre.
Especificamente na área de tecnologia, a prefeitura recentemente deu um importante passo ao criar o Instituto de Tecnologia da Informação e Inovação do município de Rio Branco (ITEC), que além de cuidar da política de tecnologia da informação e modernização da administração municipal, ganha uma importante atribuição de estimular o desenvolvimento de novas empresas na área de tecnologia da informação. Um exemplo são as startups, empresas que oferecem produtos e serviços repetíveis e com potencial para ter ganho de escala, em sua maioria utilizando tecnologias digitais nos processos. O ITEC se soma aos esforços que o SEBRAE, as faculdades e a própria iniciativa privada já desenvolvem nesta área, visando alavancar o setor de economia criativa e digital no município.
Ao falarmos deste verdadeiro ecossistema de inovação existente no município, fica claro que as iniciativas não se restringem ao poder público. Um exemplo é a proliferação de um novo modelo e ambiente de negócios, os chamados coworking. Este nome em inglês é usado para definir escritórios colaborativos que estão surgindo pela cidade nos quais diferentes profissionais dividem o espaço de trabalho, favorecendo o crescimento de uma economia criativa em nossa cidade. Estes ambientes colaborativos, que fortalecem a constituição de redes e parcerias, são propícios para o surgimento das já mencionadas startups.
Além de todas estas ações temos também a importante atuação das instituições de ensino superior, pública e privadas, com diversos cursos nas áreas de tecnologia e inovação, formando profissionais para o mundo do trabalho e pesquisadores capazes de gerar novas tecnologias. A Universidade Federal do Acre (UFAC) e, mais recentemente, o Instituto Federal do Acre (IFAC), têm um histórico de investimento em pesquisas em uma das áreas de maior potencial em nossa região, a nossa rica biodiversidade. É fundamental que estas instituições sejam a cada dia mais fortalecidas para formar novos pesquisadores capazes de gerar novas tecnologias a partir das riquezas de nossa região.
Com tudo isso, continuamos firmes na convicção de que investir em educação é pavimentar caminhos para o empreendedorismo, tecnologia e inovação. Estes são passos fundamentais para transformar Rio Branco em uma cidade a cada dia mais inteligente, que se utiliza de tecnologia a serviço da sustentabilidade. Na Câmara Federal sou membro da Comissão de Educação, onde procuro defender projetos que favoreçam uma educação conectada a estes desafios do presente e do futuro.
Raimundo Angelim é professor, economista, ex-prefeito de Rio Branco e deputado federal (PT-AC)