Em 18 de março deste ano, a camareira Antônia Ferreira, de 40 anos, saía para mais um dia de trabalho em um motel de Brasileia quando foi brutalmente atacada pelo ex-companheiro, José Alberto Pinheiro, com quem conviveu por 10 anos. Em abril, José foi preso por tentativa de homicídio e o processo segue na Vara Criminal de Brasileia como lesão corporal e violência doméstica.
Na época da tentativa de homicídio, Antônia teve o pulmão perfurado e ficou um tempo internada no Hospital de Urgência e Emergência de Rio Branco. Cinco meses após ter sobrevivido, ela está afastada do trabalho porque as facadas deixaram o braço direito paralisado. Além disso, faz sessões com uma psicóloga duas vezes por semana e fisioterapia.
Antônia relatou que foram 10 anos dentro de um relacionamento abusivo, com promessas constantes de mudança do ex-companheiro. Mas o bom comportamento durava pouco, e logo retornavam as agressões físicas e as ameaças de morte com ela e as filhas.
Em 2008 ela conta que o ex-marido foi preso por ter lhe dado uma facada. Ele chegou a ser preso e após ser solto pediu que ela voltasse. Com esperança que ele mudasse, ela acabou voltando. Porém, ela conta que as agressões eram constantes.
Dias antes de ter sido atacada pelo ex, Maria conta que havia prestado queixa contra ele. Mesmo sendo vítima das agressões, Antônia foi expulsa de casa pelo marido ainda no ano passado. Porém, ele ficou querendo reatar o relacionamento e ela estava decidida a não voltar mais.
“Eu quis correr, mas caí. Eu não senti ele furando, sentia como se fossem murros em mim. Eu fiquei gritando, pedindo que ele não fizesse isso comigo. Quando ele deu a última facada a faca ficou cravada no meu pescoço. Ele correu e quando vi que ele estava longe, comecei a gritar e pedir socorro”, relembra.
As consequências ficaram no corpo e na mente. Sem o movimento do braço direito, ela foi afastada do emprego e não consegue dormir direito. Mesmo com o ex-companheiro preso, ela conta que tem medo que ele apareça e não consegue sossegar dentro de casa.
“Tenho medo de sair na rua, de ficar em casa só e ele vir me matar. Quando cai qualquer coisa em casa eu fico com medo. Foi um terror pra mim, pensei que não ia escapar. Não penso em relacionamento com ninguém porque eu tenho medo de acontecer tudo de novo”, confessa.
Com informações do site G1 Acre