Cidade sangrenta: em seis meses, vinte pessoas foram assassinadas em Cruzeiro do Sul

Temer se safou

Os deputados da base governista na Câmara Federal decidiram na noite desta quarta-feira (2) arquivar a denúncia de corrupção passiva contra o presidente Michel Temer (PMDB). No total, votaram 492 dos 513 parlamentares, sendo 264 a favor do relatório e 227 contra. Houve duas abstenções e 19 ausências.

Mínimo necessário

Para que o Supremo Tribunal Federal pudesse investigar a denúncia da Procuradoria-Geral da República eram necessários, no mínimo, 342 votos. Faltaram à oposição, portanto, 78 parlamentares dispostos a colocar o pescoço de Temer na guilhotina.

Presidente Michel Temer /Foto: Reprodução

Regimento

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM/RJ), não votou, conforme determina o regimento da Casa.

Azedou

E por falar em Rodrigo Maia, as relações dele com Temer azedaram depois de divulgadas as manobras que ele e os aliados supostamente fizeram na tentativa de derrubar o peemedebista.

Linha sucessória

É que, como bem sabe o leitor, Maia é o primeiro na linha sucessória para a Presidência da República. Em caso de impedimento de Temer, era ele quem assumiria o cargo.

Habilidade política

Com apenas 5% de aprovação popular, segundo a última pesquisa divulgada pela imprensa, o presidente conseguiu se segurar na cadeira. Prova de que é mais hábil articulador que os seus antecessores Lula da Silva e Dilma Rousseff.

A ladainha de sempre

No final das contas, a queda de Michel Temer só interessava ao PT e aos demais partidos de esquerda, que vivem de repetir que tudo pode ser resolvido com novas eleições. E a economia que se dane…

Cidade sangrenta

Outrora uma cidade pacata, Cruzeiro do Sul vive dias sangrentos. Nos primeiros sete meses deste ano, 20 pessoas foram assassinadas no município. A polícia também registrou outras 30 tentativas de homicídio.

Um aceno, afinal

Nesta quarta-feira (2) o governo finalmente acenou com ações para debelar a criminalidade que apavora os moradores e prejudica o comércio. Representantes do setor da Segurança Pública estadual foram a Cruzeiro discutir detalhes de uma força-tarefa que promete amenizar a violência galopante.

Império da delinquência

Mas infelizmente o problema da criminalidade não está restrito à capital e nem à segunda maior cidade do Acre. Nos municípios menores, onde até bem pouco tempo atrás se vivia sossegado, a delinquência impera sobre as leis.

Origem do mal

Não é por acaso que o Brasil já se tornou o segundo maior consumidor de drogas do planeta. Nossa vizinhança com o Peru e a Bolívia, os dois maiores produtores de cocaína do globo, facilita o acesso ao entorpecente. Com as fronteiras desguarnecidas, então, os traficantes entram e saem do país com muita facilidade.

Culpados

Se o atual governo é criticado por ter cortado recursos da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal, cabe lembrar que Lula e Dilma quase nada fizeram para aumentar a vigilância nas fronteiras.

Tendência

Os partidos de oposição no Acre estão caminhando para apresentar, nas eleições do ano que vem, apenas duas candidaturas ao Senado. Trata-se de algo que nem o maior expert em política acreana poderia prever meses atrás.

Dança das cadeiras

A ida de Marcio Bittar para o PMDB fez com o ex-prefeito de Cruzeiro do Sul, Vagner Sales, desistisse da disputa. Com a rasteira que deu em Bocalom (DEM), a fim de aproximar-se do PP e PMDB, o deputado federal tucano Major Rocha decretou o fim de sua própria pré-candidatura, jogando também uma pá de cal sobre as pretensões de Bocalom.

Bittar e Petecão devem ser os nomes da oposição para o Senado e 2018 /Foto: Reprodução

Resultado

Nesse jogo, portanto, restaram Bittar – já oficialmente apresentado como pré-candidato ao Senado pelo PMDB –, e o senador Sérgio Petecão (PSD). Ou seja, tudo o que a Frente Popular não queria acabou por acontecer.

Eleições 2018

A pesquisa de intenção de voto feita pelo instituto Vox Populi a pedido da TV Gazeta certamente selou o destino do prefeito de Rio Branco, Marcus Alexandre (PT). Como ele aparece tecnicamente empatado com o senador Gladson Cameli (PP) na corrida pelo governo estadual – cada um com 46% –, seu nome praticamente emplacou na Frente Popular.

Figurantes

Aos demais pré-candidatos da aliança governista não resta qualquer esperança de que venham a ser escolhidos para a corrida ao Palácio Rio Branco. Emylson Farias, Nazaré Araújo e Daniel Zen serão meros figurantes até o dia das convenções.

Risco

Se por um lado Marcus Alexandre aparece bem posicionado na pesquisa do Vox Populi, por outro a sua eventual candidatura colocará em risco a hegemonia política do PT, que já soma quase duas décadas no governo estadual e vai completar 14 anos neste 2018.

Rua da amargura

Ocorre que o petista terá de abdicar do cargo para concorrer ao governo, e a prefeitura da capital ficará nas mãos do PSB. Uma vez que Marcus Alexandre seja derrotado por Gladson Cameli, os companheiros estarão na rua da amargura.

Tarefa ingrata

Pesar todas essas possibilidades é a ingrata tarefa para os caciques petistas. E enquanto eles fritam os miolos em busca da melhor solução para contornar o presente dilema, o senador Gladson Cameli segue tranquilo a sua trajetória política.

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