Dia Nacional de Combate ao Fumo celebra queda no número de fumantes diários no Brasil

Classificado como doença pela Organização Mundial de Saúde (OMS), o tabagismo é a dependência da droga nicotina, presente em qualquer derivado do tabaco (cigarro, charuto, cachimbo e outros). No Brasil, mais de 17 milhões de pessoas são fumantes diários, mas embora o número pareça alto, o país também celebra uma vitória: é um dos campeões na queda do número de viciados em nicotina.

A informação acima torna-se ainda mais relevante nesta terça-feira (29), quando é celebrado no Brasil o Dia Nacional de Combate ao Fumo. Ainda de acordo com a pesquisa, financiada pela Fundação Bill and Melinda Gates e pela Bloomberg Philanthropies, a redução no número de fumantes não só em território brasileiro, mas em outros países, vem da combinação de impostos mais altos para os cigarros com o uso de avisos nos pacotes sobre os danos do fumo à saúde.

Lei Federal 7.488

O Dia Nacional de Combate ao Fumo, celebrado em 29 de agosto, busca reforçar as ações nacionais de sensibilização e mobilização da população para os danos sociais, políticos, econômicos e ambientais que o tabaco acarreta. A data foi instaurada no país em 1986 pela Lei Federal 7.488.

De acordo com a Lei, o Poder Executivo, através do Ministério da Saúde, promoverá, na semana que anteceder a data, uma campanha de âmbito nacional para alertar a população para os malefícios advindos com o uso do fumo.

4.720 substâncias

Quando é absorvida pelo organismo humano, a nicotina atinge o cérebro no período entre 7 e 19 segundos. Após esse intervalo, são liberadas substâncias químicas na corrente sanguínea que garantem uma sensação de prazer, aumentando cada vez mais a vontade dos usuários para “aliviar o estresse”.

Entre as 4.720 substâncias que compõem o cigarro, três delas constituem os principais comprometedores das funções corporais:

1 – Nicotina: Diminui o tamanho das artérias, responsáveis em levar o sangue até o músculo, diminuindo o desempenho muscular e aumentando os batimentos cardíacos;

2 – Alcatrão: Diminui a elasticidade do pulmão;

3 – Monóxido de carbono: Compete com o oxigênio, colaborando para uma frequente falta de ar.

Além destes, o cigarro também colabora para o surgimento de doenças mais graves, como problemas cardíacos e câncer – sendo que o tabaco é a causa de nove em cada dez casos de câncer de pulmão, aumentando em 20% o risco da doença.

Lutando pela vida

Carlúcio Roque, de 45 anos, cearense que reside no município acreano de Sena Madureira há 20 anos, teve o primeiro contato com o cigarro aos 13 anos de idade. Após um diagnóstico de câncer no pulmão, ele luta para sobreviver realizando os tratamentos necessários. Ex-fumante, Carlúcio explica que o diagnóstico em 2016 veio de forma inesperada, pois ele havia deixado de fumar há três anos.

“Na época, nem consegui acreditar. Eu parei de fumar por um início de ataque cardíaco que tive em 2013. Com uma artéria obstruída, tive que passar por uma angioplastia, e agora faço tratamento para sobreviver ao câncer”, disse.

Carlúcio já passou pela primeira fase do tratamento, quando se submeteu a 35 sessões de radioterapia e 12 sessões de quimioterapia. Agora, ele segue nos tratamentos da segunda fase, que terminam em janeiro de 2018.

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