Reunido em frente ao Hospital de Urgência e Emergência de Rio Branco (Huerb), um grupo de servidores da Saúde realizou, na manhã desta quinta-feira (3), um ato de protesto reivindicando melhorias na segurança e nas condições de trabalho nas unidades. Pelo menos 20 pessoas de sindicatos ligados à saúde ou à segurança pública compareceram portando cartazes e faixas.
A ação segue os trágicos acontecimentos de junho deste ano, quando dois vigilantes foram baleados em um período de apenas uma semana. Os episódios aconteceram dentro de unidades de saúde, sendo que, no mesmo mês, o segurança José Francisco Constantino da Costa, de 36 anos, foi morto com três tiros dentro da Maternidade de Cruzeiro do Sul, no interior do Acre.
O Sindicato dos Trabalhadores em Saúde do Acre (Sintesac) chegou a divulgar que, entre outubro de 2017 e julho deste ano, 12 profissionais de Saúde entraram com pedidos de afastamento e de transferência por causa da falta de segurança nas unidades.
“Em dois meses, tivemos uma morte em Cruzeiro do Sul dentro da maternidade, tivemos um vigilante baleado aqui nessa unidade de referência do estado, outro baleado na Cidade do Povo. Então, as autoridades não estão sabendo disso? Não tomam providências? É um movimento que estamos fazendo para sensibilizar as pessoas. Outros poderão ser abatidos dentro dos hospitais”, reclamou o presidente do Sindicato dos Médicos do Acre (Sindmed-AC), Ribamar Costa.
Os profissionais aproveitaram a ocasião para criticar uma declaração do ministro da Saúde, Ricardo Barros. Durante uma cerimônia no Palácio do Planalto, em julho deste ano, Barros chegou a dizer que apoiava o governo a pagar salários mais altos como incentivo para os profissionais trabalharem na saúde pública. “Vamos parar de fingir que pagamos médicos e os médicos vão parar de fingir que trabalham”, declarou.
“Isso é uma tremenda mentira. Os médicos trabalham, sim, e em locais insalubres, poucas condições, dificuldades de leitos, não existe a individualidade do paciente, isso aqui é um grande coletivo. Isso se contrapõe às declarações do ministro, que está lá e até agora não fez nada para a saúde pública Brasil”, complementou.
Durante o ato, os servidores usaram faixas nos braços com a palavra luto e convidaram os pacientes e outros profissionais para participarem de um ato organizado para o dia 9. O diretor do Huerb, Fabrício Lemos, acompanhou o grupo e falou que a Saúde tem conversado com a Segurança Pública para debater medidas de prevenções.
“Precisamos de segurança, todo mundo precisa. Temos tomado as medidas dentro das unidades. Esse movimento é para todas unidades de saúde, não apenas para o Huerb. Antes de ser diretor, sou médico e anseio, como qualquer cidadão, a segurança tanto dentro como fora do local de trabalho. Acredito que polícia tem que estar na rua procurando bandido, hospital é lugar de doente”, concluiu.
Com informações do site G1 Acre.