Sindicalistas com dois anos de salários atrasados prometem fechar rua de acesso à Aleac

O presidente do Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens do Estado do Acre (Sintraba), Júlio Farias, ao entrar em contato com a reportagem da ContilNet na manhã desta segunda-feira (21), informou que o governo do Estado segue com o pagamento atrasado de dois anos, somando uma dívida de mais de R$ 8 milhões.

De acordo com ele, o atraso se deu devido a inúmeras justificativas do governo, que aponta crise econômica e descumpre as negociações propostas. “Já sentamos várias vezes e negociamos o pagamento, mas, depois, sempre falham, dizendo que o valor é alto e as parcelas precisam ter um valor menor”, disse.

Dívida já estaria na casa dos R$ 8 milhões /Foto: Reprodução

O sindicalista afirmou que o dinheiro relativo aos anos de 2015, 2016 e o primeiro semestre de 2017, foi proposto para pagamento em parcelas de R$ 1 milhão, até sanar a dívida. Contudo, alegaram pouco tempo depois que os recursos eram insuficientes para o pagamento integral. A parcela, em consenso, foi ajustada, chegando a R$ 800 mil, é o que afirma Farias.

Mesmo com o último valor, duas mensalidades foram atrasadas e seguem até este ano. “Sempre descumprem os acordos. Já faz parte da dinâmica deles. Nós se ajustamos às necessidades deles, mas eles simplesmente não tiveram a coragem de seguir com o combinado. Mesmo com o ajuste, para diminuir o preço, atrasaram as parcelas e não pagaram”, explicou Júlio.

Na última quinta e sexta-feira (18), os trabalhadores do Sintraba fecharam o pátio do Deracre com as máquinas e aguardaram resposta, mas não obtiveram. O presidente informou que o governador Tião Viana repassou um aviso, dizendo que caso as máquinas não fossem retiradas do pátio, outra empresa de fora do Acre seria licitada para realizar os serviços paralisados.

Caçambeiros pretendem fechar rua de acesso à Aleac /Foto: Reprodução

“Pedi para dizer a ele que contrate outra empresa, mas que pague primeiro quem o Estado deve. Nós somos trabalhadores, que fazemos os nossos serviços e precisamos de remuneração para sustentar a família. Pedimos perdão a população, mas essa situação é insustentável. Alguns colegas tiraram filhos da faculdade, porque com o atraso de salário, não conseguiram manter”, enfatizou.

Farias conta que são mais de 200 transportadores em protesto e confirma a paralisação, caso não tenham assistência, programada para acontecer nesta terça-feira (22), em frente à Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), onde os servidores pedirão apoio aos deputados estaduais da casa.

“Terão que nos ouvir. Não queremos prejudicar ninguém. Queremos apenas o que é nosso por direito. Se não nos ouvirem, convocaremos os caçambeiros que estão nas BR’s, para nos ajudar no movimento”, concluiu.

O militante concluiu a entrevista dizendo que a classe volta ao trabalho, caso o trato seja cumprido. “Salário pago, trabalho feito”, finalizou.

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